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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

VIOLÊNCIA NO ESPAÇO ESCOLAR: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A intencionalidade de desenvolver uma proposta de intervenção no espaço escolar começa a se desenhar nas discussões estabelecidas em 2012 por ocasião da elaboração do projeto Redução de Violência Juvenil Através do Protagonismo Juvenil no Espaço Social Escolar e do Desenvolvimento Comunitário no Nordeste Brasileiro a ser apresentado a Cáritas Alemã, Ministério BMZ, para o trienal 2013/2014/2015.
O processo de elaboração aglutinava cinco organizações não governamentais, atuantes nos estados de Pernambuco e Paraíba (Cáritas Regional Nordeste II – CB NE II, Coletivo Mulher Vida – CMV, Grupo Adolescer – Saúde, Educação e Cidadania, Grupo Ruas de Praças e Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste – SPM NE), no âmbito de ações de enfrentamento às vulnerabilidades sociais. O objetivo geral do projeto consistia em contribuir para redução da violência, a partir do espaço escolar, em comunidades de vulnerabilidade social através do protagonismo infanto-juvenil e do fortalecimento da participação comunitária.
Pautando-se na promoção do empoderamento e protagonismo de adolescentes e jovens no enfrentamento de situações de violência e vulnerabilidade, o projeto tem como referência o Sistema de Diagnóstico Estratégico (SIDIES), estratégia que compõe a metodologia de Tratamento Comunitário.
Consta como objetivo do projeto a elaboração de um Guia de Intervenção, documento que venha se constituir como bússola para outras instituições/escolas que desejam atuar na perspectiva de construir respostas frente a mecanismos geradores de violência.
A ideia é que o guia apresente experiências exitosas no desenvolvimento das ações por parte das cinco instituições envolvidas na proposta como também lições aprendidas neste percurso.
A intenção é dar visibilidade a prática educativa dos atores dentro do espaço escolar trazendo apontamentos de como trabalhar a violência a partir do protagonismo de adolescentes e jovens.
Na construção dessa estratégia o primeiro movimento foi o de compreender a organização e funcionamento da educação básica no Brasil e as políticas públicas federais para esta área relacionando formas e estratégias de atuação no ambiente escolar. Dessa forma, foi oferecida uma formação para o grupo de educadores sobre a política educacional para a educação básica no Brasil, realizada em novembro de 2012. A compreensão era que precisávamos qualificar nossa prática já que estaríamos inseridos neste novo contexto de atuação: ESCOLA PÚBLICA.
Nesta primeira ação formativa discutimos alguns pontos importantes quanto a escolha do espaço de intervenção e estratégias de aproximação com a escola; sistematizamos um roteiro de atuação construído a partir das experiências de tratamento comunitário já realizadas em Bayeux – PB, Teresina – PI, Sorocaba – SP, São Paulo – SP e na Zona de Orientação Escola (Bogotá e Cale - Colômbia), adaptando essa dinâmica ao espaço escolar. Elaboramos coletivamente o Termo de Referência, documento que firma a parceria entre escola e instituição.
Esse processo formativo foi concluído em janeiro de 2013, primeiro mês de desenvolvimento do trienal. O acordo estabelecido coletivamente foi que o grupo iniciaria a ação com a aproximação da escola e aplicação do SIDIES. No segundo semestre de 2013, considerando o processo em curso, analisamos o roteiro previamente organizado, constituindo assim um documento embrião no processo de elaboração deste manual com objetivo de contribuir com a implementação da proposta e enfrentamento aos desafios inerentes ao desenvolvimento da ação em curso. Na perspectiva de ação-reflexção-ação no primeiro semestre de 2014 as instituições vivenciam intercâmbios visando a troca de experiência, reflexão da prática e elaboração de um plano de ação afim de impulsionar as ações no espaço social escolar.
A partir de então estabelecemos um acompanhamento das ações por parte da assessoria de sistematização pensando na elaboração deste Manual de Intervenção, ação prevista no trienal a ser materializada no último ano. Sendo assim, o documento que se apresenta oferece um roteiro de processos para a implementação da Proposta de Intervenção no Espaço Escolar estruturado em quatro etapas: Aproximação com a Escola; Diagnóstico Estratégico; Implementação da Estratégia e Lições Aprendidas.
A marca diferencial da Proposta de Intervenção que ora apresentamos é sua interlocução direta com os atores diretamente envolvidos: adolescentes e jovens. O objetivo principal é que durante o processo de diagnóstico os estudantes possam mergulhar em seu contexto pesquisando e propondo ações, criando laços, vínculos com seu lugar (escola/comunidade) e com as pessoas que nele convivem. A proposta está organizada de forma sistemática com as atividades que compõem o processo de desenvolvimento do SIDIES, anotações que devem ser consideradas pelas equipes, alertas e depoimentos de educadores que visam elucidar passos que são descritos na metodologia. Nas barras laterais, nos quadros pontilhados, temos depoimentos de adolescentes e jovens do projeto sobre os temas abordados. A intencionalidade é que cada escola possa criar/recriar experiências de enfrentamento a violência.

Patrícia Fernanda da Costa Santos
 Ricardo Rian Galdino da Silva
Para acessar o conteúdo do material, contate-nos: spmnecomunicadora@gmail.com

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