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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Em 24h de solidariedade feminista, mulheres se mobilizam no mundo todo contra as precárias condições de trabalho

Dentro das atividades de 24h de solidariedade feminista, militantes da Marcha Mundial das Mulheres realizarão atos em memória às/aos mortas/os de Rana Plaza, em denúncia às precárias condições de trabalho e contra PL 4330.

Do pacífico ao atlântico, mulheres do mundo inteiro realizarão nesta sexta-feira as 24h de solidariedade feminista, parte da 4ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. Entre 12h e 13h, acompanhando o ciclo do sol, as atividades farão memória do caso de desmoronamento do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, que em abril de 2013 causou 1.138 mortes e destas, 80% de mulheres obrigadas a trabalhar em condições precárias.
As fábricas de confecção de roupas em Bangladesh e em outros países do sudeste asiático fazem parte de uma cadeia produtiva internacional, onde mulheres e homens trabalham sob a lógica da terceirização. As empresas transnacionais que vendem esses produtos sentem-se completamente desobrigadas de qualquer responsabilidade sobre as condições de trabalho ofertadas. Altos níveis de precarização, total falta de segurança, assédio verbal, violência física e péssimos salários (média de US$3,00 por dia – cerca de R$ 270 por mês) são parte do cotidiano de costureiras que fabricam peças a serem comercializadas em diversas partes do mundo.
Esse acontecimento em Bangladesh expressa a realidade de milhares de mulheres no mundo, exploradas pela indústria da moda e da beleza e por empresas terceirizadas. No Brasil, para agravar mais ainda a situação de trabalho das mulheres, o PL 4330, que regulamenta e amplia as terceirizações, foi aprovado recentemente na Câmara dos Deputados. Sob o falso argumento de maior produtividade e competitividade da indústria nacional, o projeto possibilita que os empresários aumentem suas taxas de lucro mediante a total falta de responsabilidade perante direitos trabalhistas historicamente conquistados.
Segundo dados do DIEESE, no ano de 2014, os contratos de terceirização geraram um ganho de salário 24,7% menor que os contratos diretos. Nesse cenário, as mulheres, que recebem 1/3 a menos que os homens para cumprir a mesma função no mercado, acabam por ser as mais prejudicadas. Além de exercer uma jornada maçante e mal remunerada nos empregos, ainda são obrigadas a administrar os lares, cuidando para que tudo corra da melhor forma possível na vida de seus entes queridos.
De acordo com Conceição Dantas, da coordenação da Marcha Mundial, “esse sistema, que organiza a economia a partir do lucro de poucos, transfere para as mulheres a responsabilidade de lidar com a crise, com o aumento de preços e diminuição dos salários. E esta situação se estende para além das mulheres urbanas. Muitas mulheres rurais migram para a cidade em busca de subempregos".

Adriana Vieira, da Marcha de Mossoró, relembrando o poder e a impunidade das empresas transnacionais mediante o massacre de Bangladesh, diz que: “nesta ação de 24h de solidariedade feminista denunciamos a exploração da nossa força de trabalho nos nossos empregos e nas nossas casas, repudiando o avanço das terceirizações, que precarizam as nossas relações de trabalho e nossas vidas, impondo uma jornada ainda mais dura para a mulheres nos lares. Exigimos o veto ao PL 4330, salário igual entre mulheres e homens e divisão da responsabilidade do trabalho doméstico entre homens, mulheres e o Estado”.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Fórum de Lideranças do Agreste (FOLIA) se reúne para formação na sede do SPM-NE em Ingá/PB

O Fórum de Lideranças do Agreste (FOLIA) se reuniu no dia 10 de Abril de 2015, na sede do Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste em Ingá, em um encontro de formação sobre reuso da água. Participaram do evento cerca de 35 pessoas, pertencentes aos 11 municípios que compõem o FOLIA, além de representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Centro de Ação Cultural (CENTRAC), Cáritas Brasileira Regional II e Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE).
A programação foi iniciada com um reforçado café da manhã, seguido de uma canção e da oração inicial conduzida por Ari (SPMNE). Valdenice (CPT) apresentou a pauta do dia. 

Em seguida, foi apresentada Claudia Reis do INSA, que veio contribuir na formação que tratou sobre a reutilização da água. Claudia fez uma breve explanação sobre o reuso da água que utilizamos em casa, onde frisou: “Toda água utilizada sempre servirá para outra coisa”, afirma. Depois, falou sobre o sistema de tratamento de esgotos, onde destacou a necessidade de haver um tratamento da água do esgotamento para que assim possamos “fabricar” água, reaproveitando-a. “O sistema de tratamento de esgoto, é feito para eliminar as bactérias existentes na água”, disse ela. Em outro momento, explicou sobre o processo de reuso da água feito no INSA, onde houve a interação das pessoas, e nesse momento foram levantados questionamentos e dúvidas dos presentes. 

O grupo foi levado a conhecer dois sistemas de reuso de água já implantados na sede do SPM-NE. Dona Solange de Aroeiras, ficou muito feliz com esse momento de formação, “Foi riquíssimo, gostei bastante saio daqui gratificada hoje, pois vamos perfeiçoar o que já temos e colocar em prática em casa”, disse. 

O evento contou ainda com um almoço no local, e logo após retornaram para continuação das atividades. Dona Lita, agricultora de Itatuba fez a abertura da tarde, apresentando seu cordel. Foi iniciada uma rodada de conversa sobre as impressões da formação até o presente momento. 


O encontro foi concluído com encaminhamentos sobre o fortalecimento das atividades a partir dessa troca de saberes e socialização da agenda de atividades do FOLIA e da Articulação do Semiárido Paraibano (ASA) rede parceira do fórum. 


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Fórum de Lideranças do Agreste (FOLIA) se reúne para formação na sede do SPM-NE em Ingá/PB

O Fórum de Lideranças do Agreste (FOLIA) se reuniu no dia 10 de Abril de 2015, na sede do Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste em Ingá, em um encontro de formação sobre reuso da água. Participaram do evento cerca de 35 pessoas, pertencentes aos 11 municípios que compõem o FOLIA, além de representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Centro de Ação Cultural (CENTRAC), Cáritas Brasileira Regional II e Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE).        
A programação foi iniciada com um reforçado café da manhã, seguido de uma canção e da oração inicial conduzida por Ari (SPMNE). Valdenice (CPT) apresentou a pauta do dia.
Em seguida, foi apresentada Claudia Reis do INSA, que veio contribuir na formação que tratou sobre a reutilização da água. Claudia fez uma breve explanação sobre o reuso da água que utilizamos em casa, onde frisou: “Toda água utilizada sempre servirá para outra coisa”, afirma. Depois, falou sobre o sistema de tratamento de esgotos, onde destacou a necessidade de haver um tratamento da água do esgotamento para que assim possamos “fabricar” água, reaproveitando-a. “O sistema de tratamento de esgoto, é feito para eliminar as bactérias existentes na água”, disse ela.
Em outro momento, explicou sobre o processo de reuso da água feito no INSA, onde houve interação das pessoas, e nesse momento foram levantados questionamentos e dúvidas dos presentes.
O grupo foi levado a conhecer dois sistemas de reuso de água já implantados na sede do SPM-NE. Dona Solange de Aroeiras, ficou muito feliz com esse momento de formação, “Foi riquíssimo, gostei bastante saio daqui gratificada hoje, pois vamos perfeiçoar o que já temos e colocar em prática em casa”, disse.
O evento contou ainda com um almoço no local, e logo após retornaram para continuação das atividades. Dona Lita, agricultora de Itatuba fez a abertura da tarde, apresentando seu cordel. Foi iniciada uma rodada de conversa sobre as impressões da formação até o presente momento.
O encontro foi concluído com encaminhamentos sobre o fortalecimento das atividades a partir dessa troca de saberes e socialização da agenda de atividades do FOLIA e da Articulação do Semiárido Paraibano (ASA) rede parceira do fórum.


segunda-feira, 6 de abril de 2015

VI CAMINHADA DA PAZ: “PAZ É A GENTE QUEM FAZ!

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria José Pinto de Lima localizada no bairro do Mário Andreazza juntamente com o Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE) com sede também no mesmo bairro, promoverão a VI Caminhada pela paz trazendo como tema do Projeto: “Paz é a gente quem faz”.
A caminhada acontecerá no dia 08 de abril de 2015, quarta-feira, com concentração a partir das 14h em frente à escola, e tem como objetivo chamar a comunidade para a busca dos direitos básicos, entre esses, a segurança. Outro objetivo é potencializar o Protagonismo Juvenil com base em ações que os promovam sujeitos de transformação. Assim, são os alunos e ex alunos desta escola que estão à frente dessa caminhada, que está sendo construída de forma bastante participativa.
A caminhada deverá percorrer as principais ruas do bairro Mário Andreazza e no decorrer da caminhada, os jovens estarão promovendo reflexões a partir de falas e apresentações artísticas. Outra reflexão importante a ser fazer é que, em meio a tanta violência, é possível perceber sinais de paz e de promoção da paz na comunidade. E isso precisa ser apresentado.
De acordo com Jeanne Braga diretora geral da escola “existe uma mobilização por parte dos alunos e professores que estão discutindo em sala de aula sobre a violência existente, porém o foco maior é garantir a discussão a cerca das possíveis iniciativas para se construir a paz. Está sendo realmente um momento de enriquecimento pessoal e coletivo, uma pedagogia que ensina a partir da participação e que garante o exercício da cidadania.
Para Ricardo Rian coordenador do SPM-NE a experiência é bastante positiva, pois a ação não se resume apenas em realizar a caminhada, há toda uma preparação antes, no decorrer e posterior. Ainda de acordo com Ricardo: “o que mais nos alegra é perceber que quando os jovens têm oportunidades e recebem orientações eles conseguem sair do papel de coadjuvante e assumem o papel de protagonistas. E a ação do SPM-NE juntamente com a escola vem possibilitando isso”.
Convites foram entregues pelos jovens nas igrejas, Conselho Tutelar, Associações, Unidades de Saúde, Secretaria de educação, portais de notícias, entre outros espaços que possam potencializar essa ação. Anseia-se que a comunidade participe, bem como se espera, nesta caminhada, que haja a presença de órgãos públicos, em especial aqueles que acreditam na força da juventude enquanto seres transformadores do meio em que vivem.
Com isso, a escola e o SPM-NE buscam fortalecer nos jovens ações de VIDA e provocá-los também para que percebam que a PAZ É A GENTE QUEM FAZ.

Encontro Estadual de Comunicação da Articulação do Semiárido Paraibano discute a democratização da comunicação e partilha experiências territoriais

A comunicação popular como estratégia política para transformação social e a democratização da comunicação foram temas centrais do “I Encontro Estadual de Comunicação da Articulação do Semiárido Paraibano (ASA – Paraíba)”, realizado entre os dias 25 e 27 de março, no Day Camp Hotel Fazenda, em Campina Grande, Paraíba. 

No primeiro dia do encontro, organizações de três territórios integrantes da ASA Paraíba apresentaram suas experiências no campo da comunicação aos cerca de 40 participantes presentes no evento utilizando a metodologia do carrossel. Foram partilhadas as experiências do Coletivo das Organizações da Agricultura Familiar, que atua em 11 municípios no território do Cariri, Curimataú e Seridó Paraibanos, do Polo da Borborema, rede de sindicatos rurais que atua em 14 municípios da região da Borborema e as organizações Propac (Programa de Promoção e Ação Comunitária), Camec (Central das Associações Comunitárias do Município de Cacimbas e Região) e Cepfs (Centro de Educação Popular e Formação Sindical) que atuam em municípios do Médio Sertão Paraibano.

As experiências apresentadas têm em comum diversos pontos, como uma comunicação ascendente, enraizada nas práticas locais, construída na perspectiva da transformação social, que é resultado do fluxo de informações entre as famílias e sua comunidade e as organizações que as representam e a sociedade. Esse trabalho promove a socialização do conhecimento, das emoções, experiências e vivências que são a base do fortalecimento de um modelo de agricultura familiar agroecológica e mais além, um modelo de sociedade, baseada em princípios como a solidariedade e a união.

Comunicação popular e direito à comunicação

Ainda no primeiro dia do Encontro, foi realizada a mesa de debate: “Comunicação Comunitária, comunicação popular e direito a comunicação”, da qual participaram Glória Batista, da Coordenação Nacional da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), Maria de Fátima Pereira da Costa, agricultora da Comunidade Riacho dos Currais, município de São Bentinho, no Sertão Paraibano e Rosa Sampaio, jornalista e integrante do Fórum Pernambucano de Comunicação, de Recife.


Glória Batista iniciou sua fala fazendo um resgate da trajetória da ASA no campo da comunicação: “A criação da ASA surgiu como uma resposta a uma conjuntura em que o Semiárido era mostrado como um lugar feio, sem vida, não próspero. Então nós desencadeamos o nosso primeiro processo de comunicação, que foi entre as entidades, um intenso processo no sentido de nos fortalecermos enquanto rede para dizer que sim, é possível conviver aqui e o Semiárido é diferente de como é mostrado”, afirmou. 

Fátima Pereira dos Santos afirmou que os programas de construção de infraestruturas de captação e armazenamento de água da chuva, desenvolvidos pela ASA, representaram uma nova oportunidade para o desenvolvimento da sua comunidade e expressou a importância de uma comunicação libertadora, que permite a compartilhamento de saberes e a troca de conhecimento está imbricada nessa construção: “A comunicação tem um poder transformador, e a minha comunidade é fruto dessa transformação. Foi a partir da chegada das cisternas, dos momentos de formação, que tivemos acesso ao conhecimento e passamos a valorizar o local onde vivemos. Construímos nossa capela, que foi o nosso primeiro espaço para reuniões, um espaço de comunicação. Hoje possuímos uma unidade de extração de mel, um espaço de vivências e uma cozinha comunitária onde beneficiamos frutas para vender para o PAA e o PNAE, já temos um boletim comunitário com a nossa experiência e recebemos visitas de outras comunidades e de escolas”, disse a agricultora.
Rosa Sampaio falou sobre a necessidade dos movimentos sociais compreenderem a importância de enxergar a comunicação como um direito e como um serviço público, que precisa de controle social, de modo que possa servir ao interesse público, como proposta para isso, citou a campanha de coleta de assinaturas para uma lei de iniciativa popular que propõe a democratização da mídia: “Enquanto a gente não conhecer e não acessar esse direito, vamos continuar tendo muita dificuldade de nos sentir representados na mídia tradicional que está aí, que não considera as nossas experiências e que é uma das maiores responsáveis pela estigmatização da vida no campo e a criminalização das lutas. Nós temos direito de sermos representados, precisamos lutar por outro modo de visibilidade”.
Após a mesa, houve um debate sobre o conteúdo das três falas, onde o grupo refletiu sobre o trabalho de comunicação realizado pelas organizações da ASA Paraíba em seus territórios e de que forma ele contribui para a construção do projeto de convivência com o Semiárido defendido pelo conjunto de suas organizações. O debate abrangeu ainda uma análise do contexto atual de extrema concentração dos meios de comunicação, criminalização dos movimentos sociais e como está se construindo focos de resistência a essa realidade.  
No segundo dia de evento, três oficinas aprofundaram o diálogo em torno dos temas: Rádio, Ativismo e Mobilização Social e Redes Sociais.
O segundo dia do Encontro Estadual de Comunicação foi dedicado a realização de três oficinas temáticas: Rádio, Instrumentos de Ativismo e Mobilização Social e Redes Sociais. Nestes espaços, os participantes puderam aprofundar as discussões sobre as questões relativas a cada um dos três temas. Na oficina de Instrumentos de Ativismo e Mobilização Social foi feita uma reflexão sobre a contribuição dos diversos coletivos de agitação e propaganda no processo de lutas sociais na política desde o período da Revolução Russa até os dias atuais. Foi apresentado como proposta o desencadeamento de um processo participativo para a reconstrução da logomarca da ASA Paraiba e a produção de um vídeo sobre os 22 anos de história da Articulação no Estado. Além disso, os participantes ainda produziram um painel ilustrativo com o lema do último Encontro Nacional da ASA (Enconasa): “É no Semiárido que a vida Pulsa! É no Semiárido que o povo resiste!”.
A oficina de Rádio debateu o papel e o lugar da ferramenta na construção do projeto político da ASA, além de lançar um olhar sobre experiências bem sucedidas no campo das chamadas “Rádios Livres”, na conhecida e necessária, “Reforma Agrária do AR”, numa alusão ao movimento que se contrapõe a criminalização das rádios de inspiração comunitária e defende a democratização do acesso ao rádio.
O grupo que aprofundou o tema das Redes Sociais, foi além e debateu as novas tecnologias, quais as implicações do seu uso e de que forma podemos estar presentes nas redes, sem deixar de ter um olhar crítico para esta ferramenta, seus desafios e limitações.
O terceiro e último dia do Encontro foi dedicado aos encaminhamentos e definições práticas para fazer avançar no estado o processo de construção coletiva de uma política de comunicação da rede e também para pensar em formas de fazer as discussões do encontro serem irradiadas para todos os territórios, para um conjunto mais amplo de pessoas e organizações. Entre os encaminhamentos está a elaboração de uma agenda de atividades coletivas, a construção da fanpage estadual, o mapeamento das organizações do estado e das rádios comunitárias, a preparação para o encontro regional de comunicação, que ocorrerá em Mossoró-RN e o fortalecimento da campanha pela implementação da lei da mídia democrática.

O Encontro Estadual de Comunicação faz parte de um processo de eventos de formação destinados a debater o lugar e a importância da comunicação na construção do modelo de convivência que vem sendo construído pelas organizações da ASA em todo o Semiárido Brasileiro. Também faz parte das comemorações dos 15 anos da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) e dos 22 anos da ASA Paraíba.