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sábado, 15 de dezembro de 2012

De olho na mídia - Saiba mais sobre o trabalho da Pastoral do Migrante no Brasil

André Luiz
Da Redação
José Carlos Alves Pereira, Coordenador do SPM

Neste mês de dezembro o Papa Bento XVI convocou toda a Igreja a rezar pelos migrantes, a fim de que, em todo o mundo, eles sejam acolhidos, especialmente pelas comunidades cristãs, com generosa e autêntica caridade.
No Brasil, a situação dos migrantes que chegaram ao país nos últimos quinze anos é mais delicada do que aqueles que já estão em terras brasileiras há mais tempo, como é o caso dos italianos, espanhóis, portugueses e outros povos.

Segundo o Coordenador Nacional da Pastoral do Migrante, José Carlos Alves Pereira, uma das grandes dificuldades dos migrantes recentes é a falta de documentação e, consequentemente, a falta de emprego, devido às irregularidades de documentos.
Diante desta realidade, a Pastoral do Migrante no Brasil, preocupada com as pessoas que vêm para o país, quase sempre sem ter com quem contar, realiza trabalhos que visam à inclusão social e à dignidade humana.
Os trabalhos da Pastoral do Migrante
A missão da Pastoral do Migrante é oferecer a essas pessoas uma acolhida digna, em nome da Igreja e dar-lhes condições de viver aqui como qualquer cidadão.
Dentre as diversas atividades da Pastoral, José Carlos destacou as visitas de acompanhamento, as missões populares, em que são realizadas celebrações com os migrantes, e a prestação de serviços sociais.
“Muitos deles chegam e não têm com quem contar, logo, oferecemos apoio e orientação jurídica para regularizar documentação, a fim de terem acesso à escola, hospitais, creches e postos de saúde. São mais de 100 migrantes que todos os dias buscam orientação, em postos da Pastoral,” disse Carlos José.
A Pastoral também oferece capacitação profissional – Informática, Corte e Costura, Língua Portuguesa e até Inglês. Outra forma de apoio são as iniciativas artísticas e culturais. “Esse pessoal que vem tem uma cultura muito linda e forte e que não pode ser escondida. Nós organizamos festivais de música, poesia, teatro, encontro de mostras de cultura geral, onde eles levam seus grupos folclóricos, seus corais e grupos de dança.”
O objetivo destas atividades é a inclusão social e a dignidade humana. “Uma vez que o migrante participa, tem mais condições de ser reconhecido como uma pessoa de direito, capaz de contribuir com a organização social no Brasil e de exercer todas as suas atividades como um ser humano digno.”
“A pastoral do migrante nunca olha essas pessoas como uma mão-de-obra, mas como pessoa, um ser humano de direito, de responsabilidades, capaz de contribuir com o bem viver do país”, ressaltou José Carlos.
Os migrantes e o medo
De acordo com José Carlos, o migrante chega ao país de destino com muitos medos e inseguranças. Primeiro, o medo do desconhecido, afinal ele parte para um lugar onde não conhece a fundo, com culturas e hábitos diferentes. Segundo, o medo institucional ou político, que é o receio de ser pego sem documentos, o que resultaria numa possível deportação.
Além disso, há o medo do trabalho escravo. Neste o imigrante receia ficar exposto ao trabalho degradante, por falta dos documentos. Ele precisa manter-se no país, se não está documentado, é obrigado a se entregar ao trabalho opressivo e humilhante, à troca de comida ou, às vezes, apenas de hospedagem. Por fim, o medo da discriminação pelo fato de ser diferente, tido como o menor, o diminuído, como sem importância pelos nativos da terra.
Os migrantes como intenção de oração Papa
José Carlos considera muito importante o Papa se interessar por esta causa, sobretudo em um mês em que se comemora o Dia Internacional do Migrante. De modo especial, em um contexto em que as migrações estão intensificando-se, motivadas principalmente pela fuga da pobreza, violação de direito, discriminação e xenofobia.
“A ação do Papa de rezar pelos migrantes vem para sensibilizar a comunidade, as autoridades políticas e as pessoas em geral, a acolherem de forma digna esses migrantes. A oração consegue falar com mais força aos nossos corações. Propor-se a rezar pelos migrantes tem esse significado humanitário e político muito forte!”
 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Coletivo de Formação na Paraíba

A cidade de João Pessoa sediou entre os dias 04 e 06 de dezembro o Coletivo de Formação do Serviço Pastoral dos Migrantes SPM chamado “Coletivo dos 30”, no qual 30 agentes de pastoral, vindos das várias regiões do país, encontraram-se na capital paraibana para estudarem e aprofundarem seus conhecimentos sobre o processo migratório.

Os três dias formação foram bem intensos para todos os participantes, a cada dia foi aprofundado uma temática central que tiveram como base os textos: “Grandes Causas Hoje: Bem viver, bem conviver” de autoria do Pe.Alfredo Gonçalves, “A migração internacional de jovens rurais do Vale do Jequitinhonha e a (des)reestruturação do seu lugar de origem” escrito por José Carlos Alves Pereira e “Más Allá del Desarollo” de autoria do Grupo Permanente de Trabajo sobre Alternativas al Desrollo, textos que foram debatidos em atividades de grupo e na plenária.

Ousadia Nordestina
 
Durante o processo de avaliação do coletivo de Formação uma das características positivas do encontro foi a ousadia da equipe do SPM na realização do coletivo fora do estado de São Paulo, sede do SPM Nacional, o que fez com que todos conhecerem o trabalho realizado na Paraíba. Um ponto importante do Coletivo foi a visita de campo que foi realizada a Comunidade Quilombola “Pedra D´agua” no município de Ingá onde o SPM trabalha com o Programa Um Milhão de Cisternas na construção de cisternas para captação da água da chuva para consumo humano; a experiência foi rica e engrandecedora para todos os participantes que puderam ver na prática o trabalho de combate a Migração Forçada realizado pelos agentes pastorais paraibanos.
 

Troca de Saberes

O “Coletivo dos 30” faz parte do ciclo de capacitação dos agentes pastorais do SPM em nível federal que tem como objetivo formar as lideranças regionais para atuarem junto ao dinâmico processo migratório que a realidade nos apresenta e a realização do encontro só foi possível graças a experiência que cada pessoa partilhou e aprimorou com cada agente pastoral.


 


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA

O Presidente da Associação Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste – SPM NE, no uso das atribuições que lhe confere o estatuto social, CONVOCA os/as sócios/as para a ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA a ser realizada no dia 27 de DEZEMBRO de 2012, às 9:00 horas, no endereço: Rua Projetada – Loteamento Vilage, s/n. CEP: 58320-000, na cidade de Conde - Paraíba, em primeira convocação, com a presença da maioria absoluta dos associados/as, e em segunda convocação meia hora depois. 

PAUTA DO DIA:

1. Apresentação de carta renúncia de sócios;
2. Admissão de sócios; 
3. Reforma do Estatuto; 
4. Apreciação de relatório da diretoria; 
5. Discussão e homologação das contas e balanço aprovados pelo Conselho Fiscal; 
6. Eleição e posse de nova Diretoria e Conselho Fiscal; 
7. Outros assuntos 
Nota: Para efeito de “quorum”, declara-se que o número de associados nesta data são 17 associados/as.




Bayeux, 13 de dezembro de 2012. 




Arivaldo José Sezyshta 
Presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste
  
               

Idec lança mapa de feiras de produtos orgânicos

Horário de realização da Feira ECOVÁRZEA na UFPB Campus I João Pessoa – PB. Sexta-Feira: 05h00min – 12h00min  


O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) acaba de lançar em São Paulo um mapa de feiras que comercializam produtos orgânicos em todo o país. Os objetivos de divulgar esse mapa são facilitar e estimular a alimentação saudável da população.

A ferramenta estimula a compra de alimentos saudáveis e torna os produtos orgânicos mais acessíveis. O mapa permite localizar a feira de produtos orgânicos mais próxima, os dias e horários de funcionamento e quais são os tipos de produtos que são comercializados.
O pesquisador do Idec, João Paulo Amaral, explica que a ferramenta permite às pessoas encontrarem facilmente as feiras orgânicas que existem próximo delas. Ao mesmo tempo, fará com que mais feiras sejam descobertas pelos próprios visitantes do site.

"Trata-se de uma plataforma interativa que estimula uma prática saudável. Precisamos fazer com que as pessoas saibam dessa informação - para estimular a economia local - e se alimentem de forma mais saudável e sustentável", afirma.

Os alimentos orgânicos vendidos nessas feiras são bem mais baratos que nos supermercados. Uma pesquisa do Idec, realizada em 2010, chegou a mostrar diferença de até 463% entre os supermercados (mais caros) e as feiras (mais baratas).

Em enquete realizada em janeiro deste ano, o instituto constatou que 71% dos leitores consumiriam mais alimentos orgânicos se eles fossem mais baratos. Outros 23% optariam por orgânicos se houvesse mais feiras especializadas perto de suas casas.

O mapa das feiras é este aqui: www.feirasorganicas.org.br

Fonte: Idec

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A POESIA DA CURVA E DO CONCRETO


Há pessoas em que as obras falam mais alto,
infinitamente mais alto e com maior eloqüência,
do que as palavras, por mais que estas se multipliquem.
Evidente que me refiro ao já saudoso Oscar Niemeyer!
Que dizer diante de suas curvas de ferro e cimento?
O que acrescentar ao seu desenho belo e harmonioso?
Como falar dessa imensa floresta de edifícios e arcos,
farta e profusamente espalhada por tantos países?
Como classificar um estilo tão novo quanto inusitado?

Talvez a necessidade de sublinhar a poesia do concreto,
mas de um concreto com a curva da sensualidade,
tal como o universo, a natureza e o corpo humano.
O alerta profético para a transparência incondicional,
do vidro e dos espelhos de água que marcam os edifícios
destinados a abrigar os debates políticos diante do povo,
tão bem simbolizada na praça dos três poderes, em Brasília:
poder é serviço à população não domínio sobre ela!

Quem sabe a fúria incontida de fugir às angulosidades da vida,
às protuberâncias fálicas que penetram e ferem, mutilam e matam...
E instituir a curva como ponte entre os laços humanos
e destes com as coisas, as plantas, os animais e o ritmo do tempo...
De substituir a exploração, colonização e agressão
pela convivência e o cuidado com todas as formas de vida,
o “viver bem” do consumo sem freios, do luxo e desperdício,
pelo “bem viver” da harmonia entre seres vivos e coisas.

Ou ainda a arte de mudar a si mesmo ao manusear o concreto:
quem é capaz de manipular a matéria e a pedra, o ferro e o aço,
também se revela capaz de forjar um espírito novo para a existência.
Quem tem o poder de fazer falar o concreto, surdo e mudo,
adquire a sabedoria de transfigurar a própria vida e prolongá-la,
até exaurir todo perfume, toda energia e todo calor
de um coração que pulsa e ama, ri e chora, luta e sonha.

Mas o melhor mesmo é o silêncio respeitoso e reverente,
diante do homem e de sua obra, vasta, rara e inconfundível:
ele e ela falam por si só, num segredo tão silencioso quanto eloquente.
A reverência a ambos, numa contemplação muda e extasiada,
permanece, quiçá, a melhor homenagem arquitetural
diante de um protagonista que parte e de uma memória que fica.

Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS
São Paulo, 06 de dezembro de 2012