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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Lutadores e lutadoras do Semiárido





Ontem, 20 de dezembro de 2011, entrou para a história do semiárido e do Brasil, como uma data significativa de luta pela vida. Assim como na história, os feitos de CANUDOS, LAMPIÃO, COLHER DE PAU, JENIPAPO, PADRE CÍCERO... Mulheres e homens, agricultores e agricultoras, protagonistas do trabalho que a ASA realiza no semiárido, demonstraram que o SEMIÁRIDO BRASILEIRO  não é o que dizem por aí. Não é uma terra sem vida, sem cidadania e sem direitos. Aqui, no semiárido, existem pessoas de direitos e exigem serem respeitadas com toda dignidade. Tenho a honra e alegria de dizer, eu estive em Petrolina no dia 20 de dezembro de 2011! 



O povo do semiárido não aceita mais ser colocado à margem das decisões políticas, à margem das políticas públicas. Somos mulheres cidadãs, homens cidadãos e somos responsáveis por nós mesmos e pelos nossos destinos e queremos, de mãos dadas com todas as forças vivas da sociedade, construir um Brasil e uma sociedade ética, de direitos e humanitária. 


Não aceitamos mais sermos tratados como indigentes, incapazes, e assistidos com bolsa disso e daquilo. Somos gente grande e queremos ser tratados como gente grande. A ASA e toda rede de organizações, com o seu trabalho de mobilização e formação social, está criando uma oportunidade para o Estado Brasileiro, o Governo Brasileiro avançar na construção de uma verdadeira Democracia, compartilhar com a sociedade civil a co-responsabilidade da gestão pública. É um exemplo para o Brasil inteiro e até o mundo.







O Estado Brasileiro e os sucessivos governos, historicamente, optaram pela governabilidade baseada na negociação dos recursos públicos, aliando-se aos setores poderosos e os beneficiando-os privadamente, gerando no país uma imensidão de empobrecidos e pequenos grupos de enriquecidos, sendo o povo do semiárido, nesse contexto, o mais prejudicado. A ASA, com o seu trabalho rompe com esse tipo de governar e isso incomoda muita gente.


Ontem, em Petrolina, as vozes de mais de 15 mil pessoas, não é só em defesa da continuidade do P1MC  e do P1+2, programas da ASA, ou contra o projeto de cisternas de plástico e PVC. Nossa mobilização, articulação e reivindicações vão muito mais além. Exigimos mais participação da sociedade civil nos destinos do nosso país; Exigimos mais democracia e direitos; Queremos participar da construção de um modelo de desenvolvimento que tenha como foco principal a vida das pessoas e do planeta. Nosso sentimento é coletivo e ele nasce de toda uma trajetória, de um povo corajoso e resistente. VIVA O POVO DO SEMIÁRIDO! VIVA A REDE ASA!

Carlos Humberto Campos
Cáritas Piauí
Coordenação Executiva FPCSA/AS/PIAUÍ 

SERVIÇO
Veja mais imagens da mobilização,aqui

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Diálogos sobre a Convivência

Série de relatos dos beneficiários do programa P1MC no estado da Paraíba; uma realização da Unidade Gestora Microrregional Serviço Pastoral dos Migrantes.









POR QUE CORTAR PARCERIA COM A ASA?


O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social se sente atingido, sofre junto e denuncia o absurdo da decisão do governo federal, via MDS, de não dar continuidade à parceria entre Governo e o absolutamente necessário trabalho da Articulação do Semi-Árido – ASA.

Como não há motivos ligados à gestão dos recursos públicos administrados pelas entidades que atuam em conjunto e em rede na ASA, a motivação governamental deve estar assentada na mudança de estratégia para a multiplicação numérica de cisternas no Semi-Árido: em vez de parceria com a sociedade civil, atuar exclusivamente através dos governos estaduais e municipais da região. Com isso, obviamente, foge-se ao debate, absolutamente necessário, sobre a opção de multiplicar rapidamente o número de cisternas abandonando a metodologia da ASA e impondo cisternas de plástico.

Quem ainda não sabe que iniciativas vindas de cima, via governos e executadas por empresas, cujos interesses se limitam aos lucros, são mais caras e não alcançam os objetivos sociais anunciados? Há experiências seculares que demonstram que esse tipo de opção só serve para desvios ou maus usos dos recursos públicos e para aumentar o poder oligárquico local, aprofundando a dependência das pessoas e comunidades que se encontram em situação de miséria promovida.

Diante disso, nossa solidariedade com todas as entidades participantes da ASA quer ser, ao mesmo tempo, um estímulo à justa indignação e às mobilizações que visam a derrubada desta decisão autoritária do governo federal, e uma denúncia do equívoco das políticas públicas governamentais que se negam atuar em parceria com boas organizações da sociedade civil.

A Caatinga e seus povos já contam com as mudanças positivas, ligadas à melhoria das condições de vida e aos avanços na prática da cidadania, promovidas pelo programa de Convivência com o Semi-Árido através dos projetos comunitários e participativos da ASA.

Por políticas públicas definidas e executadas com participação democrática da sociedade civil popular organizada!

Pelo retomada imediata da parceria do governo com a ASA!
                                                                                                         Brasília, 15 de dezembro de 2011.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011


Fonte: Asa Brasil
Carta de Orientação aos Estados

Companheiros e Companheiras,

É de conhecimento de todos e todas que lançamos a campanha Cisterna de Plástico/PVC – Somos Contra! em Salvador (BA), durante a IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, entre 
os dias 7 a 10 de novembro. Nosso objetivo é alertar a sociedade brasileira sobre o impacto e efeitos negativos da disseminação dessas cisternas para o fortalecimento da estratégia de convivência com o 
Semiárido, no qual temos investido nossos esforços nos últimos anos.  

Partir para esse enfrentamento exige que levemos essa discussão às bases, bem como o debate que vem  pautando o governo e a mídia nacional, sobre a criminalização das ONGs. O sucesso dessa campanha depende, efetivamente, da participação de todos e todas que fazemos a ASA, em especial das famílias que vem protagonizando essa história marcada por mudanças no Semiárido.  

Para que a nossa voz ecoe e a campanha Cisternas de Plástico/PVC – Somos Contra! ganhe a repercussão que queremos, precisamos trabalhar juntos! Para isso, a coordenação executiva da ASA, reunida no último dia 24, durante sua reunião ampliada, elaborou esse documento, que aponta um conjunto de ações para serem desencadeadas em cada território, microrregião e município onde atuamos: 

1. Replicar e distribuir os panfletos já produzidos pela ASA, intitulados: ASA – Semeando Cidadania no Semiárido e  Cisternas de Plástico/PVC – Solução ou Armadilha junto a outros movimentos, comissões municipais e famílias; 
2. Informar e instrumentalizar as comissões municipais sobre a instalação iminente das cisternas de plástico, para que elas possam sensibilizar as famílias; 
3. Reproduzir nas rádios locais, sejam elas comunitárias ou não, os spots sobre a campanha. 
4. Registrar todas as atividades desenvolvidas nos municípios em relação à campanha e compartilhar nas listas da ASA, com os comunicadores/as estaduais e também com a Assessoria de Comunicação da ASA – ASACom, através do e-mail asacom@asabrasil.org.br.  
5. Reunir depoimentos (em áudio, vídeo ou por escrito) de famílias e pedreiros/as dando a opinião sobre as cisternas de plástico.  
6. Inserir nos blogs das ASAs estaduais e sites institucionais a marca da campanha.   
7. Ocupar as rádios locais, no dia 15 de dezembro, para falar sobre a campanha. 
8. Mobilizar a sociedade e os movimentos sociais que atuam na região para reafirmar o projeto de convivência com o Semiárido que estamos construindo.  
9. Todos os materiais da campanha estão disponíveis, aqui

É fundamental o envolvimento de todas as organizações da ASA para fazer acontecer uma ampla e permanente mobilização em defesa das ações e politicas públicas que, de fato, representam e efetivam a convivência com o Semiárido. Durante toda a nossa história, a mobilização tem sido nossa forte marca. Vamos mais uma vez fazê-la ecoar em todos os cantos e recantos na defesa da convivência com o Semiárido. 
24 de novembro de 2011 
Coordenação Executiva da ASA