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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O Semiárido não pode pagar pela crise!

20 mil agricultores e agricultoras, indígenas, quilombolas e militantes de movimentos sociais de 10 estados reivindicam continuidade das políticas públicas de convivência com o Semiárido.


“Nós viemos aqui para dizer ao País e ao governo que o Semiárido existe e que nós temos direitos. Criamos a política de convivência com o Semiárido e mudamos a cara da região. Estamos aqui porque não aceitamos que se corte conquistas sociais. Que se corte dos bancos, do agronegócio, dos ricos, mas não tire do Semiárido”, destacou Naidison Quintella, coordenador executivo da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) pelo estado da Bahia, no ato público “Semiárido Vivo – Nenhum direito a menos! ”, realizado ontem, dia 17, nas cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). A manifestação foi organizada por um conjunto de movimentos e organizações sociais entre eles a ASA, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude (LPJ) e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
 Uma das principais reivindicações dos cerca de 20 mil agricultores e agricultoras, indígenas, quilombolas e militantes de movimentos sociais de 10 estados presentes era a garantia da continuidade e ampliação das políticas públicas de convivência com o Semiárido conquistadas nos últimos 12 anos e que agora estão ameaçadas por conta das crises econômica e política. Na pauta estava a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que sofreu cortes de 65% do orçamento previsto para 2015, e também da Água para todos, onde também houve uma severa diminuição na alocação dos recursos.
O número de tecnologias de captação de água de chuva implementadas em 2015 é o menor 12 anos. A paralisação dessas políticas ameaçam os direitos dos povos do Semiárido, entre eles o direito à segurança alimentar. Em alguns lugares da região semiárida, 2015 já é o quinto ano de seca, a diminuição do ritmo de implantação das políticas de convivência com o Semiárido imposto pelo ajuste fiscal pode ter um grande impacto nessa realidade.
“Conquistamos essas políticas e esses direitos depois de muita luta e não vamos abrir mão deles. Os agricultores e as agricultoras não vão pagar pela crise. Nós não construímos essa crise e não vamos pagar por ela”, afirma Yure Paiva, coordenador executivo da ASA pelo estado do Rio grande do Norte.  Além da retomada e intensificação das ações de convivência com o Semiárido, a mobilização também exigiu a imediata revitalização do Rio São Francisco, o assentamento imediato de todas as famílias acampadas na região, a suspensão da PEC 215 – que transfere do executivo para o Legislativo a demarcação de terras indígenas -, cortes nos programas sociais como Bolsa Família e Bolsa Estiagem. Essas pautas já haviam sido apresentadas a sociedade no documento Semiárido Vivo, lançado na última Conferência Nacional de Segurança Alimentar que aconteceu 3 a 6 de novembro em Brasília.
“Queremos frisar a importância de as organizações estarem unidas nesse momento, essa é sem dúvida, uma grande marcha que apresenta pautas concretas para o governo. É preciso estarmos na rua para manter os direitos já conquistados”, afirmou Doriel Barros, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco (Fetape), também presente no ato.  Jaime Amorim, da direção nacional do MST, destacou a unidade entre as organizações e movimentos do campo nesse momento, “Não é fácil fazer o que estamos fazendo aqui, mobilizar tanta gente em projeto só. Nossas bandeiras estão unificadas e estamos aqui dizendo ao governo que os trabalhadores tem um projeto para o Semiárido. Que não vamos admitir os cortes na aposentadoria rural, no Bolsa Família e o fechamento das escolas do campo”. Quem também reforça esses aspectos é Elisangela Araújo da coordenação da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), “Para nós da Fetraf esse momento é fundamental. Todas as políticas que conquistamos foi na luta e agora estamos nas ruas pra defender as conquistas”, pontuou.
A revitalização do Rio São Francisco foi uma das pautas do ato | Foto: Ivan Cruz Jacaré
Maria Braga é agricultora ribeirinha e veio do município de Paulo Afonso na Bahia e conta que veio defender o que já conquistou como as cisternas e o Bolsa Família, mas também para defender o Rio São Francisco, “vemos todo dia o Rio sangrar por conta da irrigação, isso não pode continuar”, afirma. Segundo a Agência Nacional das Águas 76% das águas do São Francisco são usadas para irrigação. Naidison Quintella, afirma também se referindo ao São Francisco, “O Rio está morrendo porque seus afluentes estão morrendo. A convivência com o Semiárido não pode existir com o São Francisco morrendo”.
Solidariedade a Minas Gerais – Os participantes do ato público demonstraram inúmeros gestos de solidariedade ao povo mineiro atingido pelo rompimento das barragens de Santarém e Fundão, no município de Mariana, em Minas Gerais. O acidente, ocorrido no dia 5 de novembro, já comprometeu o abastecimento de água em 17 municípios, atingindo cerca de 800 mil pessoas, em decorrência da ação da mineradora Samarco controlada pelas multinacionais Vale e BHP Biliton. Acidentes e impactos da mineração acontecem de forma recorrente e quase não há responsabilização. “A tragédia de Minas é uma situação causada pelas mineradoras. Nós reivindicamos juntos que essas empresas sejam punidas”, disse Naidison Quintella, no ato público.
A mineração também está avançando sobre o Semiárido, o que traz o temor que desastres como esse aconteçam na região, além dos impactos cotidianos aos povos, comunidades e territórios onde estão localizadas. Entre esses impactos estão a remoção forçada de famílias, contaminação de rios e solo, desmatamento de áreas da Caatinga e os constantes acidentes de trabalho.
“O impacto do que aconteceu em Mariana não tem precedentes, ainda não se consegue calcular a extensão da tragédia para o meio ambiente e para a vida das pessoas. O desastre reflete um modelo de desenvolvimento onde o que importa é o lucro das empresas. Esse já é considerado o maior desastre ambiental do País e pouca coisa está sendo feita pelo governo. O povo está se mobilizando, mas a Samarco ainda não foi responsabilizada”, finaliza Valquíria Lima, coordenadora executiva da ASA pelo estado de Minas Gerais.

Fonte: Asa Brasil

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

20ª Romaria do Migrante

Há 20 anos Romeiras e Romeiros do agreste paraibano reúnem-se na cidade de Fagundes e caminham à Pedra de Santo Antônio relembrando e celebrando a vida e fé do povo migrante, com o tema Sociedade e Migração, por Direitos e Participação a 20ª Romaria foi realizada no dia 08 de novembro de 2015.

Vou convidar os meus irmãos trabalhadores
Operários, lavradores, biscateiros e outros mais
E juntos vamos celebrar a confiança
Nossa luta na esperança de ter terra, pão e paz, ê, ê
                                                                   Zé Vicente



A Romaria do Migrante nasceu, na década de 90, a partir da presença dos padres Escalabrinianos que acompanhavam os migrantes temporários, trabalhadores do corte de cana na sua dura jornada de trabalho na região de fronteira entre os Estados da Paraíba e Pernambuco. Hoje, ela é um momento tanto de denúncia da violação dos Direitos Humanos, quanto de celebração das lutas e conquistas das políticas públicas de convivência com o semiárido, da sociedade civil organizada, exemplo:  os programas Água para Todos – Programa Um Milhão de Cisternas, Programa Uma Terra e Duas Águas e Cisterna nas Escolas.


A 20ª Romaria do Migrante foi uma realização do Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste, da Diocese de Campina Grande e da Paróquia São João Batista.



segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O5 de novembro de 2015 em “Bento” Rodrigues (Mariana –MG)

A palavra solidariedade está sendo colocada em prática em terras das Minas Gerais. Um lugar pequeno, no meio do nada, como mineiramente e carinhosamente se fala, está em destaque em todos os tipos de mídia do Brasil. A natureza, que é obra de Deus, perde o seu encanto porque mãos humanas, em busca do lucro, estão maltratando-a. O ser humano também é obra da natureza divina, e o que se viu no dia 5 de novembro de 2015, no distrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana, nas terras de Minas Gerais, provocou-nos e está nos provocando em dias que se seguem, após imagens que surgem, e fatos que são revelados. Pois, nós, seres humanos, não estamos cuidando de nós mesmos e da natureza com a dedicação e a responsabilidade a nós confiada. (Povoar a terra e dominá-la. Gn 9,7). A terra é nossa casa comum, e dominá-la não significa sacrificá-la, ou destruí-la.

Seria maravilhoso descrever o fato que envolveu uma região mineira com a habilidade poética de Drummond. Que pena! Não temos a habilidade poética e dialética do grande poeta, que se revoltou já na sua juventude com a devastação de sua terra natal – Itabira – quando lá se iniciou a exploração do minério em Minas Gerais, com a criação da Companhia Vale do Rio Doce. Parece que episódios do passado não nos ensinaram nada! E, eis que Bento Rodrigues e povoados adjacentes são devastados, somem do mapa em fração de minutos, cobertos por uma grande quantidade de rejeito de minério, símbolo do domínio do capital que some e consome com vidas humanas. Impossível ser poético como Drummond, nestas horas.

Mas podemos nos indignar como ele, exigir que se faça justiça com os que usam do argumento que dão emprego, e sustento a muitas pessoas, e se julgam imunes a punições exemplares, favorecendo-se da benevolência de quem os fiscaliza ou os julga. São cerca de 750 barragens de rejeito nas Minas Gerais. Que benefícios elas trazem à população da região e brasileira como um todo? Ou são benefícios particulares? São fiscalizações regularmente?; Sérias ou de faz de conta? Caminhando pela região, constata-se que a população à beira do Rio Doce está em profunda tristeza. A cor de ferrugem se mistura em nossa mente como uma mancha de sangue. Há racionamento de água para milhares de pessoas nas cidades vizinhas que fazem a captação de água no Rio Doce. Este drama poderá permanecer por pelo menos uns 5 dias, se não ocorrerem chuvas com grande volume de água. Ademais, estamos no período da piracema que, por ironia do destino, não acontece, pois não há peixes migrando para fazê-la.

Que a justiça seja feita! Só assim catástrofes provocadas por mãos humanas, gananciosas do capital, não mais se repetirão, e as criaturas divinas, humanas ou não, jamais serão cobertas pelas sujeiras que o capital produz, que faz com que histórias, muitas histórias, sejam soterradas. Mas estas não desaparecerão da memória das pessoas atingidas, bem como a dignidade delas, por mais que sejam indenizadas, jamais será restabelecida em toda plenitude.

É com o olhar voltado para estes migrantes ambientais que vai a nossa palavra de conforto e solidariedade. Não desistam de viver, não deixem de sonhar, não deixem de querer e buscar a felicidade, pois foi por este motivo que Deus nos criou.

Repudiamos toda e qualquer tentativa de isenção de punição aos responsáveis pela barbárie cometida contra seres humanos e contra a natureza, uma vez que afetou não só os moradores de Bento Rodrigues. A lama da mancha do capital afetou os todos os moradores da bacia do Rio Doce. São milhões de peixes e outros animais aquáticos mortos. Milhões de seres humanos sem água, e com uma nódoa em suas histórias de dor, sofrimento, e angústias. Que os culpados não fiquem impunes, ou correremos o risco de cometer o pior pecado – o da omissão - que atenta contra a vida, a qual devemos defender em todas as suas formas e plenitude.

SPM – Serviço Pastoral dos Migrantes
São Paulo 09 de novembro de 2015

DO TERROR À ESPERANÇA

Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs
Medo, terror, perplexidade, comoção, indignação – eis alguns dos sentimentos que, de imediato, percorrem as veias do velho continente europeu. Somam-se a eles imagens de uma guerra não declarada, tão brutal e sangrenta, que inspira calafrios. “Um ato de guerra do Estado Islâmico (EI)”, diz o presidente francês, François Hollande. “Estamos no meio de uma terceira guerra mundial”, diz o Papa Francisco. “Um ataque não só contra contra Paris e a França, mas contra os valores de toda a humanidade”, dizem os representantes de várias nações.
Da mesma forma que o amor, a religião pode conduzir ao paraíso ou arrastar ao inferno. De fato, o amor eleva as pessoas aos sentimentos mais sublimes de carinho, ternura, bondade, etc... Mas também pode precipitá-las no abismo tenebroso do ciúme, do ódio e da vingança. Amar é uma forma de acordar os anjos que habitam nas entranhas do ser humano, de despertar os afetos, emoções e sentimentos mais profundos... Mas pode igualmente acordar os demônios ignotos e selvagens que dominam o labirinto obscuro de cada pessoa, desencadeando os chamados crimes passionais.
Não é diferente com a religião. Por um lado, faz erguer o olhar ao alto, abrir o coração ao outro e a mente ao sobrenatural; alarga o espírito e a alma, em comunhão com “o bom, o justo e o belo”; une e congrega os fiéis na busca de ideais comuns; estabelece uma ponte entre o céu e a terra, na tentativa de transformar a história de cada um e de todos no primordial “paraíso perdido” ou na nova “terra prometida”. Por outro lado, traz embutido em seus ritos, fórmulas, credos, expressões, dogmas e discursos o vírus do “fundamentalismo” ou do “totalitarismo”. Dois conceitos que podem receber roupagem política, ideológica, racial ou religiosa. Ambos, especialmente quando se trata do âmbito do sagrado, lidam com valores absolutos. É justamente aí que mora o maior perigo. Quando as coisas se absolutizam em tal modo, “se eu estou com a verdade e você está no erro, em nome de Deus você deve ser eliminado da face da terra”.
Da mesma forma que o totalitarismo político e racial, durante a Segunda Guerra Mundial, conduziu à “solução final”, às câmaras de gás, ao holocausto; e que o totalitarismo político e ideológico levou ao paredão de fuzilamento, à perseguição, à prisão e ao extermínio em masa dos opositores, ou aos campos de trabalhos forçados, “gulag” – o totalitarismo religioso, ou fundamentalismo, instala a “guerra santa”, a qual, ao longo dos séculos, contagiou não poucas religiões, semeando terror, fogueiras e cadáveres por toda parte... Em nome de Deus, tudo é permitido! Procura-se, com isso, justificar a barbárie e o puro simples massacre com o manto divino.
Paris, a França e a Europa estão feridas, ensanguentadas, dilaceradas. O “11 de setembro francês”, como alguns já batizaram os atentados de 14 de novembro, golpeou a vida de inúmeras pessoas e famílias. Mas, se de um lado o terrorismo fere, abala e sacode o coração e a alma de todo um povo, de outro lado, por mais paradoxal que pareça, e em contraposição à via sanguinária da vingança, reforça a fé e a esperança na cultura dos direitos humanos, da democracia em todas as suas consequências, dos valores de solidariedade e fraternidade.
Restam, porém, algumas perguntas. Até que ponto o estilo de vida europeu, particularmente entre os jovens, não é hoje sinônimo de fatuidade, vácuo e vazio, que leva a extremismos desse gênero? Até que ponto o velho continente não está colhendo a tempestade de ventos semeados ao longo  da colonização e do eurocentrismo? E o que é mais grande: até quando a produção e comercialização de armas seguirá incólume, patrocinada sobretudo pelos países ricos. Os disparos e explosões que atingem barbaramente a população civil fazem refletir seriamente sobre a fabricação de tais armas e sobre os lucros fabulosos da indústria bélica.

Roma, 15 de novembro de 2015

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Nota de Repúdio à violência, à xenofobia e discriminação étnica e racial praticada contra imigrantes

Pastoral do Migrante dos Regionais Sul 1, Sul 3 e Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e do Serviço Pastoral do Migrante – SPM


O Serviço Pastoral dos Migrantes no Brasil vem a público solidarizar-se com os familiares e amigos dos imigrantes vitimados por crimes de homicídio, xenofobia, discriminação étnica e racial. 

Ficamos horrorizados, e repudiamos com veemência os homicídios, a xenofobia e a discriminação racial contra imigrantes no Brasil. 

Trazemos presente os inaceitáveis homicídios, preconceitos e xenofobias contra imigrantes ocorridos nos municípios de Flores da Cunha-RS e Navegantes-SC, respectivamente nos dias 08 e 17 de outubro de 2015.

Considerando que as autoridades dos estados relativizam a gravidade dos fatos criminosos em razão das vítimas serem imigrantes, exigimos apuração e punição dos responsáveis pelos crimes de homicídios ocorridos em Flores da Cunha-RS e Navegantes-SC. Refutamos todo tipo de violência que os nossos irmãos imigrantes estão sofrendo, especialmente o atentado à vida. Esta é uma violação de diretos humanos mais sagrado, o direito a VIDA!

Exigimos que os governos estaduais e federal punam os criminosos nos casos devidos. Também responsabilizamos, os governos do Rio Grande do Sul, e de Santa Catarina, pela falta de iniciativa, pela lentidão com que apuram e punem os casos de violações de direitos humanos universais. E exigimos que se efetivem campanhas pedagógicas educativas de prevenção e combate às manifestações de racismo, xenofobia e discriminação contra os novos migrantes que chegam ao Brasil. Principalmente os que chegam a região Sul. Porque “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar” (Nelson Mandela).

Entendemos que em nenhuma hipótese é aceitável usar conduta supostamente criminosa como motivo de culpabilização da vítima. A lesão máxima do direito à vida por meio de sua supressão violenta não está justificada em qualquer hipótese, ainda que a vítima reaja à autoridade competente (polícia).

O Serviço Pastoral dos Migrantes reitera que as autoridades competentes devem investigar e combater com rigor e transparência o ocorrido com os imigrantes haitianos em Flores da Cunha-RS e em Navegantes-SC, bem como devem proceder à punição dos responsáveis pelos crimes ocorridos nestas cidades.



Porto Alegre, 20 de outubro de 2015

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Mística de abertura da VI Festa Estadual das Sementes da Paixão resgata história dos povos camponeses

Com mais de 300 pessoas reunidas na manhã desta quarta-feira (14), no auditório do Santuário de Padre Ibiapina, em Arara, a Articulação Semiárido Paraibano (Asa Paraíba) abriu a VI edição da Festa Estadual das Sementes Paixão.


A mística de abertura do evento trouxe a disputa entre os dois modelos de agricultura, de um lado o agronegócio e as grandes corporações de transgênicos e agrotóxicos, e de outro lado os povos tradicionais, indígenas, camponeses, guardiões e guardiãs da agrobiodiversidade. Em uma mistura de alegria, emoção e memórias apresentou os vários povos enfrentando a ameaça do agronegócio, para o projeto de convivência com o Semiárido que a ASA vem construindo.

Ao som da música de Chico Cesar “Reis do Agronegócio” pessoas representando a morte, a bancada ruralista e técnicos pulverizando veneno em plantações, foram expulsos pelos povos camponeses dos seus territórios, simbolizando a luta em defesa das Sementes da Paixão.


Em seguida, um resgate histórico das festas anteriores foi realizado com a entrada dos estandartes relembrando os vários temas e locais onde já foi celebrada a festa das Sementes da Paixão.

Poemas e depoimentos de agricultores e agricultoras emocionaram o plenário e reafirmaram a importância de celebrar esse tema em um contexto de tantos desafios.



A agricultora Betânia Buriti, da Comunidade Canoa de Dentro, município de Pedra Lavrada, explicou que a sua Semente da Paixão é a Erva Babosa, planta medicinal do Semiárido usada para diversos problemas de saúde: “Sou guardiã da Erva Babosa, aprendi com minha mãe a usá-la como planta medicinal e isso têm trazido muitos benefícios a mim e a minha família”.
Já para o agricultor Heleno, da Serra de Teixeira, no Alto Sertão Paraibano, a conservação das sementes de animais é fundamental para a biodiversidade do Semiárido. Ele é guardião de cabras e vacas nativas, que chama de “Pé Duro”: “Muita gente deixa de ter a vaca adaptada a nossa região que dá 10 litros de leite independente de ração, para criar uma vaca que precisa de vários tipos de ração para poder dar leite”.

E foi neste clima de pertencimento e defesa da agricultura familiar que a programação da manhã foi encerrada ao som da música “Pai Nosso dos Mártires” que foi cantada por todo o público presente de forma solene em alusão a luta e a resistência das sementes crioulas.

A VI edição da Festa Estadual das Sementes da Paixão conta com a presença de representações e lideranças agricultoras dos territórios do Alto Sertão, Médio Sertão, Cariri, Seridó, Curimataú e Borborema, além de integrantes da Articulação Semiárido Brasileiro (Asa Brasil), Asas de outros estados do Semiárido, povos indígenas Xucuru de Ororubá e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

E VEM CHEGANDO A ROMARIA DO MIGRANTE EM FAGUNDES NA PARAÍBA, 2015


Durante a reunião foram apresentadas questões para a Assembleia Pastoral e as Comunidades foram convidadas a preparar e participar da 20ª Romaria do Migrante.


Com 20 Anos de presença da pastoral do migrante em terras paraibanas e em consonância com a Semana do Migrante, o SPM-NE se reuniu com as comunidades da paroquia de São João Batista. Nesta preparação foi apresentado o cartaz da Romaria e também fez-se a memória dos 20 anos da Romaria do Migrante. As pessoas que estão a mais tempo nessa caminhada ajudaram a costurar as lembranças das primeiras Romarias. E as pessoas que estão chegando agora demonstraram entusiasmo para manter o espirito missionário desse belo trabalho. O Pe. Rogerio nos deu as boas vindas e colocou-se a disposição. 


A reunião foi realizada no dia 27 de setembro do ano de 2015 em Fagundes-PB. A 20ª Edição da Romaria do Migrante será realizada no dia 08 de Novembro de 2015. Venha participar!

Por José Roberto Saraiva


ÁGUA DE EDUCAR, CONQUISTANDO DIREITOS E SOBERANIA

Nos dias 22 e 23 de setembro do ano de 2015 o SPM-NE, unidade gestora do programa cisterna nas Escolas, realizou a primeira oficina de Educação Contextualizada no município do Ingá-PB. Como principio temos a concepção de que a Educação do Campo é um direito e não esmola. Os professores e professoras do município do Ingá-PB, fizeram um diagnostico situacional e participaram de um trabalho de campo, no qual puderam observar experiências relacionadas à diversidade de produção de alimentos,  e visibilizar o quanto o semiárido  nordestino  é cheio de vida desde que utilizem práticas de manejo sustentável dos recursos naturais e um bom armazenamento de água. Com essas duas técnicas é possível sim  construir sustentabilidade. 


A educação contextualizada para a convivência com o semiárido é um desafio para os programas que a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) executa na região que corresponde o Semiárido Brasileiro. Depois da água de beber com a cisterna de 16 mil litros e da água de comer, programa voltado para a produção de alimentos saudáveis, “uma terra e duas águas”, chegou o programa Água de Educar que envolve capacitações e a implementação de uma cisterna de 52 mil litros, voltado para a soberania alimentar e nutricional dos alunos e alunas nas escolas do campo.
E levar esse conhecimento para a sala de aula, ou levar os alunado  também para o campo,  é um caminho para educar experimentando e sistematizando esse conhecimento. Assim, efetivaremos uma educação contextualizada, na qual os saberes e costumes sempre serão semeados e multiplicados.
“Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino” Paulo Freire
Por José Roberto Saraiva  


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Articulação do Semiárido Paraibano realizará VI Festa Estadual das Sementes da Paixão na Semana Mundial da Alimentação

A Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) realizará entre os dias 14 e 16 de outubro, dentro da Semana Mundial da Alimentação, a VI Festa Estadual das Sementes da Paixão. Com o tema: “Agricultura Familiar guardiã da sociobiodiversidade, pela soberania alimentar, livre de transgênicos e agrotóxicos”, o evento acontecerá no Santuário de Padre Ibiapina Santa Fé, município de Arara, no Curimataú Paraibano, em seus dois primeiros dias, no último dia, a programação do evento ocorrerá em Campina Grande-PB, na Praça Clementino Procópio, com uma Feira Estadual de Sementes no dia 16 de outubro, sexta-feira, Dia Mundial da Alimentação.
Os objetivos da Festa são valorizar o papel das famílias agricultoras guardiãs das sementes crioulas no estado da Paraíba; Refletir sobre a importância dos Bancos de Sementes Comunitários (BSC) na produção de alimentos e enfrentamento dos períodos de estiagem prolongados; Promover o intercâmbio de experiências agroecológicas de valorização das sementes da paixão; Fortalecer a Rede Sementes da ASA Paraíba como estratégia de luta e resistência pela conservação da agrobiodiversidade; Refletir sobre o livre uso das sementes da paixão e as ameaças à agrobiodiversidade e por fim, Construir mecanismos para as políticas públicas de sementes no Semiárido Paraibano.

SOBRE A ASA – A ASA Paraíba é uma rede de cerca de 300 organizações que trabalham pelo fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica, organizada em sete territórios ou microrregiões da Paraíba (Cariri, Agreste, Borborema, Seridó, Curimataú, Alto e Médio Sertão). Sementes da Paixão foi o nome dado no estado às sementes crioulas ou nativas, cultivadas e conservadas pelas famílias camponesas há várias gerações. Em outros estados do Semiárido Brasileiro estas sementes são conhecidas como “Sementes da Resistência”, “Sementes da Fartura”, entre outros.
A sexta edição da Festa Estadual das Sementes da Paixão vai reunir, nos dois primeiros dias (14 e 15), cerca de 300 pessoas, agricultoras e agricultores familiares, assessores técnicos, estudantes e pesquisadores da temática, gestores públicos e outros convidados. Já no último dia de evento (16), a programação é aberta ao público e são esperadas 1.300 pessoas em um grande ato público em que o objetivo é dialogar com a sociedade sobre a importância do trabalho em torno das sementes da paixão para reprodução da vida na agricultura.

Programação – A festa conta com mesas de diálogo onde se debaterá a conjuntura da política de sementes para o Semiárido e o cenário de ameaças à agrobiodiversidade representada pelo uso de agrotóxicos e transgênicos, além de sete oficinas temáticas: 1 Gestão, Organização e Armazenamento das Sementes nos BSC; 2 Integrando as sementes florestais e frutíferas nos BSC; 3 Produção, Seleção e Comercialização das Sementes – Foco PAA;  4 Sementes dos animais; 5 Produção das sementes de hortaliças;  6 Beneficiamento de frutas nativas e adaptadas; 7 Armazenamento e abertura de unidades conservadoras de material genético (bancos de germoplasma);

Serão realizadas feiras em Arara e Campina Grande com barracas expondo experiências e produtos da agricultura familiar, além de testes rápidos para identificação de sementes transgênicas – com emissão de certificados “livre de transgênicos” para os resultados negativos a alterações genéticas – e troca de sementes entre agricultoras e agricultores.

HISTÓRICO – A realização das festas estaduais das Sementes da Paixão, desde 2003, tem cumprido um papel estratégico na dinâmica de trabalho das organizações da Articulação do Semiárido Paraibano, se constituindo como um espaço privilegiado de troca de experiências e fortalecimento de uma rede de guardiões e guardiãs de sementes, que atualmente conta com aproximadamente 220 bancos comunitários de sementes e milhares de bancos familiares. Essas iniciativas tem representado uma verdadeira resistência das famílias agricultoras à entrada das sementes transgênicas e às políticas de distribuição de sementes dos governos que se constituem em um entrave ao acesso dos agricultores à sua semente no momento certo de plantar.


Programação da 6ª Festa Estadual das Sementes da Paixão

Dia 14 de outubro, quarta-feira

9h – Chegada e Inscrição dos participantes | Montagem da feira de sementes | Mística de abertura
10h – Abertura Oficial da Festa Estadual das Sementes da Paixão
Mesa 1: Oportunidade de afirmar os princípios, conquistas e os desafios do trabalho da Rede de Bancos Comunitários de Sementes da ASA Paraíba
Mesa 2: Panorama das políticas publicas conquistas e ameaças a agrobiodiversidade no contexto do semiárido brasileiro
Painelista: Gabriel Fernandes (AS-PTA, CNAPO, Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos e Agrotóxicos)
19h – Vídeo-debate sobre a Democratização da Comunicação
 20h – Abertura da Feira de Sementes das Sementes (Forro na Feira)
Museu de Padre ibiapina | Barracas com testes de transgenia e emissão de certificado livre de transgênicos


Dia 15 de outubro, quinta-feira

8h – Mística de abertura e início das atividades
Fala de abertura e orientações para divisão dos grupos;
Oficina 1: Gestão, Organização e Armazenamento das sementes nos BSC;
Oficina 2: Integrando as sementes florestais e frutíferas nos BSC;
Oficina 3: Produção, Seleção e Comercialização das Sementes – Foco PAA;
Oficina 4: Sementes dos animais;
Oficina 5: Produção das sementes de hortaliças;
Oficina 6: Beneficiamento de frutas nativas e adaptadas;
Oficina 7: Armazenamento e abertura de unidades conservadoras de material genético (bancos de germoplasma);
14h – Socialização das Oficinas
15h – Mesa de Diálogo com gestores públicos:
Dialogo com as políticas de sementes no semiárido, avanços e desafios para construção de políticas publicas
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
Governo do Estado da Paraíba
Secretaria de Agricultura Familiar do Estado da Paraíba
Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea)
Programa Sementes do Semiárido
Embrapa

Dia 16 de outubro, sexta-feira

9h – Atos simultâneos de denúncia em Campina Grande-PB
10h – Feira Estadual das Sementes da Paixão na Praça Clementino Procópio
 13h – Benção inter-religiosa das Sementes da Paixão
14h – Almoço e retorno das Caravanas.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

20 ª Romaria do Migrante

Data: 8 de Novembro de 2015 
Hora: 6 horas 
Local: Fagundes (Concentração de frente a igreja Matriz)
Venham participar conosco da 20° Romaria do Migrante, uma tradição que acompanha nossa região agreste. 

A Romaria traz como tema "Sociedade e Migração por Direitos e participação".


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Por um Semiárido vivo com direito à água e Soberania Alimentar

CARTA ABERTA

Exma. Presidenta da República Federativa do Brasil
Srª. Dilma Rousseff

“A luta contra a miséria e a fome tem dupla dimensão: a emergencial e a estrutural. A articulação entre as duas
dimensões é complexa e cheia de astúcias. Atuar no
emergencial sem considerar o estrutural é contribuir para
perpetuar a miséria. Propor o estrutural sem atuar no
emergencial é praticar o cinismo de curto prazo em nome da
filantropia de longo prazo”. (Betinho)


Nós, cidadãos e cidadãs, brasileiros e brasileiras, intelectuais, acadêmicos, artistas, parlamentares, religiosos, jornalistas e integrantes de movimentos sociais populares, do campo e da cidade, somos testemunhas dos muitos avanços vividos no Brasil nos últimos anos, que resultaram na redução de desigualdades sociais e econômicas.


A situação apontada pelo sociólogo Betinho em relação à seca de 1979 a 1983, onde quase um milhão de pessoas morreram de sede e de fome, em decorrência da falta de ação do Estado, é uma realidade distante. O Semiárido de hoje é reconhecido por sua beleza, resiliência, alta capacidade de inovação e produção de conhecimento e alimentos. Tudo isso graças à força do povo que vive nessa região, que, com acesso a uma série de políticas públicas integradas, deu novo rumo à sua história.


Políticas como o Bolsa Família, o Crédito, o PAA, o PNAE, o Seguro Safra, o Bolsa Estiagem e o Água para Todos propiciaram nova condição de vida ao povo do Semiárido. O acesso à água contribuiu diretamente com a desconstrução da imagem de um Semiárido sem vida e sem capacidade produtiva. Atualmente, quase um milhão de famílias têm água de qualidade para beber ao lado de casa, através das cisternas de placas; cerca de 120 mil famílias podem produzir de forma agroecológica, através das diversas tecnologias de armazenamento de água para esse fim, a exemplo das cisternas-calçadão, barragens subterrâneas, barreiros-trincheiras, entre outras. Foi com a contribuição do Água para Todos que 40 milhões de pessoas saíram da miséria e da indigência.


E apesar de todas as conquistas, ainda há muito o que fazer. O Semiárido vive uma das maiores secas dos últimos 60 anos. Por essa razão, neste momento de crise nacional e internacional, ao fazermos escolhas Sra. Presidenta, é fundamental reconhecer a existência de grupos sociais historicamente penalizados, e assim, os necessários ajustes não devem recair sobre eles.


Queremos continuar assistindo à histórica redução das desigualdades que marcam o País. Não podemos parar, tampouco diminuir o ritmo dessas políticas, especialmente às responsáveis por garantir soberania alimentar.


Reforçamos nosso apelo à Vossa Excelência para que n ão deixe o ajuste fiscal paralisar ações que vêm mudando radicalmente a paisagem e as faces do Semiárido para melhor e que garantem vida digna ao seu povo.

Tenha certeza, Senhora Presidenta, estamos juntos nesta batalha de justiça e dignidade e não aceitaremos nada menos que a ampliação das políticas que transformam para sempre a vida das pessoas.
Fome e miséria nunca mais!!!

15 de setembro de 2015.

Assinam esta carta:
1. Leonardo Boff - Ecoteólogo e membro da Iniciativa Internacional da Carta da Terra
2. Maria Emília Lisboa Pacheco - Presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea Nacional)
3. Chico César – Cantor
4. Dom Luiz Demétrio Valentini - Bispo de Jales/SP
5. João Pedro Stédile - Coordenador Nacional do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina
6. Tânia Bacelar de Araújo - Economista e Professora Aposentada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
7. Sérgio Sauer - Professor da Faculdade da UnB de Planaltina (FUP/UnB) no Programa de Pós Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural (Mader); Bolsista do CNPq e Professor Visitante no ISS/Holanda
8. Alberto Ercílio Broch - Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
9. Paulo Victor Melo - Articulador do Coletivo Brasil de Comunicação Social (Intervozes)
10. Pedro Carlos Gama da Silva - Chefe-Geral da Embrapa Semiárido
11. Francisco Menezes - Pesquisador de Políticas Públicas de Segurança Alimentar, Pobreza e Desigualdade do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) / Ex-Presidente do Consea Nacional
12. Florestan Fernandes Júnior - Jornalista
13. Rafaela da Silva Alves - Diretora Nacional do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA)
14. Vera Masagão Ribeiro - Diretora Nacional da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) / Coordenadora Geral da Ação Educativa
15. Alex Federle do Nascimento - Secretário Executivo do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC)
16. Humberto Carrão - Ator de Cinema e TV
17. Elmano de Freitas - Deputado Estadual do Ceará (PT/CE)
18. Ana Lúcia Vieira Menezes - Deputada Estadual de Sergipe (PT/SE)
19. Glênio Martins de Lima Mariano - Presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável do Estado de Minas Gerais
20. Haroldo Schistek - Fundador e Presidente do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA)
21. Xico Sá - Escritor e Jornalista
22. Irio Conti - Fian Internacional (FoodFirst Information & Action Network)
23. Jorge Rabanal - Coordenador Adjunto do Fórum Sergipano de Combate aos Venenos Agrícolas e Transgênicos
24. Josefa Neide Santos - Presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (SE)
25. Josevanda Mendonça Franco - Professora da Coordenadoria de Combate à Violência na Escola (SEED/SE)
26. Lídia Anjos - Articuladora Estadual do Movimento Nacional de Direitos Humanos em Sergipe (MNDH/SE)
27. Luiz Couto - Deputado Federal da Paraíba (PT/PB)
28. Moema Gramacho - Deputada Federal da Bahia (PT/BA)
29. Karina Buhr - Cantora e Compositora
30. Lúcio Marcos Oliveira Santos - Presidente do Comitê Estadual de Educação no/do Campo (EDUCAMPO/SE)
31. Dom Jacinto Brito - Arcebispo de Teresina e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Nordeste 04
32. Luzijan Aragão - Presidente do Conselho Regional de Serviço Social da 18ª Região (CRESS)
33. Miguel Caetano Neto - Líder da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB/SE)
34. Nelson Araújo – Ex-Deputado Estadual de Sergipe e Presidente da Federação das Associações das Micro e Pequenas Empresas do Estado de Sergipe (FAMPEME)
35. Renato Salim Maluf - Ex-Presidente do Consea Nacional
36. Sônia Lúcia Lucena Sousa de Andrade - Conselheira do CONSEA Nacional representando o Conselho Federal de Nutricionistas (CNF)
37. Thiago Oliveira - Presidente do Instituto Braços
38. Irandhir Santos - Ator
39. Victor Furtado - Realizador e Pesquisador de Cinema
40. Silvio Caccia Bava - Diretor e Editor-Chefe do Le Monde Diplomatique Brasil
41. Dom André De Witte - Bispo de Rui Barbosa/BA
42. Dom Egídio Bisol - Bispo da Diocese de Afogados da Ingazeira/PE / Grupo “Fé e Política”
43. Dom Geraldo Lyrio Rocha - Arcebispo de Mariana/MG
44. Dom João José Costa - Bispo Coadjutor da Arquidiocese Metropolitana de Aracaju
45. Dom José Gonzáles Alonso - Bispo da Diocese de Cajazeiras/PB
46. Dom Juarez Sousa da Silva - Bispo da Diocese de Oeiras/PI
47. Mayara Ingrid Sousa Lima - Secretária Nacional da Juventude Franciscana do Brasil (JUFRA)
48. Neusa Cadore - Deputada Estadual da Bahia (PT/BA)
49. Anivaldo Padilha - Líder Ecumênico e Ativista dos Direitos Humanos
50. Cibele Kuss - Secretária Executiva da Fundação Luterana de Diaconia
51. Presbítero Darli Alves de Souza - Secretário Regional para o Brasil do Conselho Latino-Americano de Igrejas
52. Renato Roseno - Deputado Estadual do Ceará (PSOL/CE)
53. Eliana Bellini Rolemberg - Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAIBrasil) / Membro do Comitê Facilitador da Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil
54. Francisco de Assis da Silva - Primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil/ Diocesano em Santa Maria
55. Waldenor Pereira - Deputado Federal da Bahia (PT/BA)
56. Franques Rodrigo de Souza - Pastor da Igreja Batista Presbiteriana Independente de Aracaju (IPI Aracaju)
57. José Marcos da Silva - Pastor da Igreja Batista de Coqueiral (Recife/PE) / Instituto Solidare
58. Naudal Alves Gomes - Bispo da Diocese Anglicana do Paraná / Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB)
59. Dom Sebastião Armando Gameleira Soares - Bispo Emérito da Diocese Anglicana do Recife / Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
60. Sônia Gomes Mota - Diretora Executiva da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE)
61. Anísio Maia - Deputado Estadual da Paraíba (PT/PB)
62. Orlangelo Leal - Diretor Artístico da Banda Dona Zefinha
63. Elmano Férrer - Senador (PTB/PI)
64. Fernando Mineiro - Deputado Estadual do Rio Grande do Norte (PT/RN)
65. Jailton Santana - Vice-Presidente da Câmara de Vereadores de Aracaju
66. Nelson Martins - Ex-Secretário do Desenvolvimento Agrário e atual Secretário de Relações Institucionais do Governo do Estado do Ceará
67. Paulo José Ferreira - Prefeito Municipal de Várzea do Poço/BA
68. Raquel Marques - Deputada Estadual do Ceará (PT/CE)
69. Aldrin Martin Perez Marin - Correspondente Científico do Brasil junto à Convenção das Nações Unidas para o Combate à desertificação (UNCCD) / Coordenador de Pesquisa do Instituto Nacional do Semiárido (INSA)
70. Dorival Fernandes - Coordenador da Rede de Educação Cidadã (RECID)
71. Edni Oscar Schroeder - Coordenador da REDEgenteSAN/FAURGS e Presidente do CONSEA-RS
72. Elza Braga - Professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) / Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea Nacional)
73. Fátima Bezerra - Senadora (PT/RN)
74. Gema Galgani Esmeraldo - Professora da Universidade Federal do Ceará (UFC)
75. Guilherme da Costa Delgado - Presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA); Pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Consultor da Comissão Brasileira de Justiça e Paz
76. Helena Selma - Professora da Universidade Federal do Ceará (UFC)
77. Ignácio Herman Salcedo - Professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Professor Convidado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB/Campus Areia)
78. Irene Maria Cardoso - Presidenta da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e Professora da Universidade Federal de Viçosa/MG
79. Ivo Lesbaupin - Sociólogo, Pesquisador do CNPq, Coordenador do Núcleo de Pesquisa “Exclusão Social e Poder Local” na Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Secretário Executivo do ISER Assessoria
80. José Borzacchiello - Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)
81. José Jonas Duarte da Costa - Professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Professor da Comissão Pedagógica Nacional do Pronera e Pesquisador Convidado do Instituto Nacional do Semiárido (INSA)
82. José Levi Furtado Sampaio - Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)/LEAT
83. Leonardo Bezerra de Melo Tinôco - Pesquisador do Programa de Pós Graduação em Ciências do Solo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
84. Manfredo Araújo de Oliveira - Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)
85. Marcia Maria Monteiro de Mirada - Educadora Popular do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis/RJ
86. Marilene Nascimento Melo - Núcleo de Extensão Rural Agroecológico da Universidade Estadual da Paraíba
87. Lídice da Matta – Senadora (PSB/BA)
88. Salomão de Sousa Medeiros - Pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA)
89. Ângela Maria de Melo - Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe (SINTESE)
90. Francisco Wil e Silva Pereira - Vice-Presidente da Diretoria Executiva Estadual Ceará da Central Única dos Trabalhadores (CUT/CE)
91. Luiz Carlos Ribeiro de Lima - Presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece)
92. João Somariva Daniel - Deputado Federal de Sergipe (PT/SE)
93. Willian Clementino - Vice-Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
94. Moisés Braz - Deputado Estadual do Ceará (PT/CE)

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Curso de Especialização em Direito Agrário, promovido pelas Pastorais do Campo, inicia nova etapa

xTeve início nessa segunda-feira, 14 de setembro, a segunda etapa do Curso de Especialização em Direito Agrário, organizado pelas Pastorais do Campo em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG).

A primeira aula dessa nova etapa foi ministrada por Claudio Maia, historiador, professor do Mestrado em Direito Agrário da UFG e vice-coordenador da Especialização. O professor discorreu, entre outros temas, sobre a semiótica do Direito, ideia defendida por Moacir Palmeira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em que o estado disciplinou, a partir do Estatuto da Terra, a luta pela reforma agrária. Com isso, a luta muda de patamar, não se pode mais esperar do Estado nada além do limite constitucional, mas ainda é possível que através de negociações se consiga acordos que vão além do projeto de Estado vigente.

Ao mesmo tempo, analisou Maia, teve fim os mediadores na questão agrária, o camponês passou a poder falar diretamente com o Estado. A luta por reforma agrária, portanto, passou a ser também uma luta por cidadania. Os envolvidos nessa luta passam a aparecer como protagonistas sociais.

Composto por quatro módulos, dois em 2015 e dois em 2016, o curso tem cerca de 40 alunos e alunas, da CPT, do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), da Pastoral do Migrante, da Cáritas Brasileira e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Paulo César Moreira, da coordenação executiva nacional da CPT, destaca a importância do curso para a formação dos agentes das pastorais e para o seu trabalho com os povos do campo. 
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“Cada vez mais o campo do Direito tem se tornado um campo de disputa, como também temos acompanhado a atuação conservadora e atrelada ao domínio econômico de diversos setores do judiciário brasileiro. Isso tem significado o agravamento de diversos problemas sociais, dentre eles os conflitos no campo. A consequência real para a luta pela terra tem sido o descaso e desrespeito aos direitos de povos e comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, e também de milhares de famílias que lutam pela terra. Tem sido grave o aumento das liminares de despejo e o avanço de grandes projetos sobre a terra e os territórios. Nesse processo dois elementos são fortes, a violência e a impunidade. A importância desse curso é justamente refletir sobre essa realidade e potencializar o agente no debate e implantação de uma visão popular do Direito, que seja fiel ao processo de construção de uma sociedade mais justa e igualitária”.

O curso segue até o dia 26, em Goiânia (GO), na Casa de Retiros Nossa Senhora da Assunção.


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Levanta te, come e caminha

Artigo do Pe. Alfredo J. Gonçalves que toma a passagem de Elias pelo deserto como elemento para uma espiritualidade dos agentes do Serviço Pastoral dos Migrantes.
"De acordo com alguns teólogos, exegetas e outros estudiosos das Sagradas Escrituras, Elias é a figura profética que representa o pano de fundo, ou o protótipo, para prática do “profeta itinerante de Nazaré”. Além de outras referências implícitas ou explícitas, é ele que, juntamente com Moisés, comparece ao lado de Jesus no momento da Transfiguração. Assim sendo, numa tentativa de buscar elementos para uma espiritualidade da Pastoral dos Migrantes, pode ser ilustrativo tomar o episódio da passagem de Elias pelo deserto (1Re 19, 1-8), para tecer alguns comentários. A imagem do deserto, com o empenho de sua travessia, representa o itinerário de cada peregrino. E representa também o esforço de acompanhar a trajetória da imensa multidão de peregrinos e migrantes."
Continue lendo, aqui

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Como chegam os alimentos à nossa mesa?

Revista Ideias na Mesa nº 5 - Abastecimento

Rede Virtual Ideias na Mesa lança a quinta edição da sua revista semestral, agora com o tema Abastecimento - como chegam os alimentos à nossa mesa? A publicação traça um panorama sobre a história do abastecimento de alimentos no Brasil. Embora ainda poucos percebam, o tema influencia diretamente a alimentação cotidiana do brasileiro e integra a base do debate sobre a Segurança Alimentar e Nutricional da população.

A matéria de capa apresenta os desafios e obstáculos do sistema de abastecimento no Brasil, frente às mudanças no perfil da população, organização das cidades e ao processo concentração e desregulamentação do abastecimento no país. Apresentamos ainda experiências de abastecimento desenvolvidas por grupos de agricultores que têm contribuído para melhorar a qualidade e a variedade dos alimentos consumidos por comunidades, reduzindo também a distância entre quem produz e quem consome.

Nesse número teremos também uma entrevista com Carlos Eduardo Leite, coordenador do Serviço de Assessoria à Organizações Populares Rurais (SASOP), e membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), além da coluna Saiba Mais, com indicações de sites, vídeos e publicações para que o público conheça mais o tema.
A revista Ideias na Mesa é uma publicação periódica da Rede Virtual Ideias na Mesa, fruto de uma parceria entre o Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição (Opsan-UnB) e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Para acessar a Revista no formato online clique aqui. Para o formato em .pdf clique no anexo abaixo.

Serviço:
Publicação: Revista Ideias na Mesa
Formato: eletrônico
Realização: Opsan-UnB e MDS
Distribuiçao gratuita. 
Uso de informações liberado desde que citada a fonte.