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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Calor provoca defeito em cisternas de plástico doadas a agricultores no PI

Material está deformando por não suportar o calor do sertão.
Reservatórios foram doados pelo Programa Água para Todos.


Os agricultores do Piauí que receberam cisternas de plástico para enfrentar a seca reclamam que o material está deformando por não suportar o calor do sertão.

Depois de muito tempo de espera, a agricultora Francisca Rodrigues ganhou a cisterna de polietileno, um tipo de material plástico. O reservatório foi doado pelo Programa Água para Todos, do governo federal. Mas o presente decepcionou. “Antes de colocar água, ela começou a afundar”, diz.

No assentamento, que fica no município de Paulistana, foram instaladas 27 cisternas, mas 17 delas foram trocadas por apresentar defeito. A cisterna nova que a agricultora Lucílvia Rodrigues recebeu também apresentou deformação.

Muitas cisternas do município estão com a parte de cima do reservatório deformada e outras tiveram rachaduras. O agricultor Francisco Bertoldo, que recebeu uma cisterna com defeito, recusou a troca e fez um empréstimo no banco para construir um reservatório de placas de cimento.

Em nota, a Acqualimp, empresa que fabrica as cisternas, informou que já foram entregues 20 mil cisternas para o governo federal e que os reservatórios que apresentaram o defeito foram substituídos imediatamente.

Em março, o Globo Rural mostrou o drama de agricultores de Pernambuco. No município de Cedro, a cisterna do agricultor Jacinto do Nascimento afundou e precisou ser trocada. Arlindo Mariano teve o mesmo problema.


fonte: G1

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Diálogos sobre a Convivência - episódio 03 - Soneide Trindade da Silva

Nesta nova edição, episódio 03, a beneficiária  do Programa Um Milhão de Cisternas Soneide Trindade da Silva da comunidade Sitio Damásio - município de Riacho de Santo Antônio, fala sobre os assuntos que conseguiu aprender nos dois dias do Curso de Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH). 

O SPM é a entidade executora do Programa Um Milhão de Cisternas em parceria com Articulação no Semiárido – ASA, com apoio da Fundação Banco do Brasil- FBB, nas cidades de Barra de São Miguel, Barra de Santana, Boqueirão, Cabaceiras e Riacho de Santo Antônio que na fase atual irá beneficiar 1648 famílias com a construção de cisternas de placas para captação da água da chuva para consumo humano. 



Links úteis
Outros episódios do Diálogos sobre a Convivência
Veja as fotos do encontro, aqui.
Asa Brasil
Fundação Banco do Brasil

De olho na Mídia

Justiça proíbe queima da cana em 20 cidades

Darcy Lima/SPM NE

A Justiça Federal proibiu a queima controlada da palha da cana-de-açúcar em 20 cidades da região de Piracicaba.

A reportagem é de Ricardo Brandt e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 19-07-2012.

Desde segunda-feira estão suspensas todas as licenças expedidas pela Companhia Tecnológica de Saneamento Ambiental (Cetesb) e pelo governo paulista que autorizavam que as plantações fossem queimadas para possibilitar a colheita manual. A prática, segundo ação cível do Ministério Público Federal, causa danos irreparáveis à saúde, à fauna, à flora e aos recursos hídricos, além de onerar a União.

Na decisão, que vale até o julgamento do mérito do processo, a juíza Daniela Paulovich de Lima, da 2.ª Vara Federal, determinou que sejam canceladas as emissões de novas autorizações. E exige que a Cetesb só libere queimadas após apresentação de Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto no Meio Ambiente (EIA/Rima), um levantamento dos danos causados ao ambiente e à vida, com medidas compensatórias.

A juíza ressaltou que a queimada "evidencia não só o desrespeito ao meio ambiente, como também o desejo de baixar o custo da produção".

A União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica) e a Cetesb informaram que não foram notificadas e não comentariam o assunto.

Fauna

A Justiça Federal exigiu que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) comece a fiscalizar os danos provocados pelas queimadas à fauna silvestre. "A queimada não mata só o animal que fica preso no fogo. Ele mata muitos atropelados durante a fuga e também os filhotes que ficam desamparados", explica o procurador da República Fausto Kosaka, autor da ação.

O procurador abre a ação afirmando que "não é contra o progresso e o desenvolvimento econômico". "O que não se pode tolerar no atual estágio de nossa civilização é que isso se dê mediante práticas dantescas, que causam o comprometimento da saúde de toda a população, a lesão ao potencial hídrico, o extermínio brutal de inúmeros espécimes animais e vegetais e a exploração de mão de obra em regime similar ao de escravidão, para o beneficio econômico de alguns."

Atualmente, a legislação estadual autoriza a queima caso o pedido feito na Cetesb não seja analisado em 15 dias.

Na decisão, a juíza determinou que Bombeiros e Polícia Ambiental monitorem o descumprimento da lei. Foi estipulada multa diária de R$ 50 mil, caso seja descumprida a determinação.

fonte: unisinos

terça-feira, 17 de julho de 2012

Campanha da Fraternidade trata de Mercado de Gente


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou, no último dia 20, o tema para a Campanha da Fraternidade de 2014: “Fraternidade e Tráfico Humano”. A mobilização tratará da questão do tráfico de pessoas, no Brasil, para exploração sexual e trabalho escravo.

O objetivo, segundo frei Xavier Plassat e Francisco Alan Santo Lima, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Campanha “De Olho aberto para não virar escravo” , é “acordar comunidades e autoridades do nosso país para uma vigilância redobrada e dinamizar o esforço coletivo para erradicar a chaga do tráfico humano em nosso meio”. Em artigo, os dois analisam que esse tema retrata, infelizmente, uma realidade cada vez mais presente no mundo globalizado. É no “tráfico humano” que começa a maioria dos casos de escravidão contemporânea, apontam. Leia íntegra do artigo.

Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado no início de junho deste ano, estima que pelo menos 20,9 milhões de pessoas em todo o planeta, são vítimas de trabalho forçado. Desse total, estima-se, 78% iriam para atividades análogas à escravidão, enquanto que 22% para o tráfico envolvendo exploração sexual; 76% seriam adultos e 26%, crianças; e 55% seriam de mulheres contra 45% de homens.

Demanda por escravos
Desde 2003, a CPT identificou, no Brasil, cerca de 250 casos por ano de trabalhadores em condição análoga à de escravo. Desde 1995, equipes de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já resgataram mais de 42 mil trabalhadores nessa situação, principalmente no campo.

De acordo com a Organização Internacional para Migrações (OIM), o tráfico de pessoas e o contrabando de migrantes crescem em função da maior demanda e da tendência, na América Latina, de importar trabalho barato, em condições precárias. Uma parte considerável dos empregados em condição degradante no Brasil é de bolivianos e peruanos que trabalham em oficinas de costura ilegais.

“Erradicar a chaga do tráfico humano exige muito mais que libertar suas vítimas imediatas; implica em arrancar suas raízes e eliminar os mecanismos que tornam possível sua reprodução: vulnerabilidade da extrema pobreza, ganância de agentes econômicos sem escrúpulo, permanência das desigualdades de gênero, impunidade selada em estruturas mortífera”, afirmam Xavier e Francisco.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

BOLSO, BALANÇA E ESPELHO

Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS

Em termos figurados, o bolso, a balança e o espelho são os órgãos mais sensíveis do corpo humano. Semelhante sensibilidade está estritamente vinculada a três tipos de tirania correspondentes: tirania do ter, tirania do corpo perfeito e tirania da beleza. As implicações são várias e complexas.

TIRANIA DO TER


A tirania do ter (escravidão do bolso, bolsa, carteira) sobrepõe o “meu” ao “nosso”. O ritmo alucinante das inovações científicas e tecnológicas, por um lado, e o requinte cada vez mais sofisticado do conforto humano, por outro, permitem que, gradualmente, cada pessoa tenha seu carro, seu computador, seu telefone, seu aparelho de televisão, seu quarto e às vezes até mesmo sua casa.

Em tempos não muito remotos, todos esses bens eram compartilhados por mais de uma pessoa, pela família ou por grupos inteiros. Se é verdade que esse avanço abre a um maior número de pessoas o acesso aos benefícios do progresso tecnológico, também é certo que pode agravar o individualismo exacerbado da sociedade contemporânea.

O resultado é um hedonismo crescente que contrasta com o engajamento sociopolítico e a defesa dos direitos humanos de não poucas décadas passadas. Os interesses, paixões, esforços e buscas das pessoas tendem a girar em torno do próprio umbigo, da mesma forma que as partículas de um átomo giram na órbita de seu núcleo. “Sociedade atomizada”, dizem alguns; “multidão solitária”, acrescenta David Riesman, escrevendo sobre o comportamento dos estadunidenses.

Irmã siamesa dessa tirania do ter é a velocidade que se imprime ao processo de produzir, vender/comprar, consumir... As pessoas valem pelo que fazem. Valem como inquilinos, clientes ou usuários dispostos a gastar. Valem pelo poder da riqueza ou pelo simples aparentar, ostentar, exibir. O que explica, no Brasil de hoje, os ganhos ascendentes do setor de bens de luxo.

TIRANIA DO CORPO PERFEITO

A tirania do corpo perfeito (escravidão da balança) atinge a maioria da população, mas, com maior intensidade, jovens e adolescentes do sexo feminino. Os desfiles de moda e as roupas de grife identificam-se com padrões demasiadamente exigentes sobre a estética do corpo. Além de reduzir as top-models, por exemplo, a verdadeiras escravas da promoção de espaços fashion, diminui a auto-estima de uma multidão de mulheres, impossibilitadas de seguir tal padrão. Pelo caminho, em cacos irremediáveis, ficam muitos sonhos de “princesinhas” que simplesmente viraram mulheres.


Mas os homens também se sentem cada vez mais envolvidos na mesma ratoeira. Basta visitar as academias (as quais, diga-se de passagem, crescem a um ritmo assustador) para dar-se conta que, no público que costuma malhar, ambos os sexos praticamente se equilibram. Boa parte desses homens e mulheres, é bem que se diga, busca melhor qualidade de vida e saúde. Mas é bem maior a porcentagem das pessoas simplesmente obcecadas pela estética. O mesmo vale para o espantoso número de cirurgias plásticas com o objetivo de “corrigir” alguma parte do corpo. Prática que comporta uma porção de riscos e seduz jovens cada vez mais precocemente.

A tradicional forma de “personalidade interior”, da qual se dizia que o olhar era reflexo ou janela, viu-se irremediavelmente substituída pela estética do corpo, saudável e perfeito. O empenho da malhação e os artifícios para emagrecer ou recuperar os cabelos tomaram o lugar dos princípios morais. A integridade, o caráter e a atração do ser humano deixam de ser um mistério a ser descoberto na relação. Agora é visível a olho nu nos músculos e curvas esbeltas.

A TIRANIA DA BELEZA

Por fim, a tirania da beleza (escravidão do espelho) é a responsável pelo estrondoso florescimento da indústria de cosméticos. Também neste caso há padrões que orientam, regulam e se impõem ao comportamento dos consumidores e consumidoras. Marcas de perfumes, cremes, sabonetes, shampoos, desodorantes, batons se acumulam umas sobre as outras, disputando lugar nos espaços íntimos do asseio pessoal.

As celebridades, masculinas ou femininas, são apontadas como protótipos de uma beleza não raro artificial, envernizada para desfilar nas passarelas, nos palcos, nos ambientes das novelas ou no cinema. Celebridades tirânicas que praticamente forçam a usar este ou aquele produto, se você “não quiser ficar ultrapassado”, se você “quiser ser feliz” ou se você “pretende conquistar alguém”.

Da mesma forma que a personalidade, também “a beleza interior” se exterioriza em rostos modulados com toda a espécie de produtos, cabelos que exigem determinadas tipos de cuidados, corpos quase que feitos sob encomenda. Beleza maquiada para os holofotes e as câmeras, mas que se derrete no cotidiano das ruas.

As estrelas exibem seu brilho (por vezes falso) e os planetas lhes correm no encalço, com a ilusão de adquirir um lugar na escalada da fama. Mas, como bem o sabemos, nenhum planeta possui luz própria, sua natureza é refletir a das estrelas. A pesar disso, os simples mortais seguem sendo fascinados pela imortalidade reservada apenas aos deuses. A desilusão aqui é diretamente proporcional à falsa expectativa.

Convém sublinhar que os três tipos de tirania costumam consumir boa parte da renda pessoal ou familiar. Ao mesmo tempo, alimentam uma das indústrias mais lucrativas do mundo, na qual o Brasil aparece com grande destaque. Mas não podemos esquecer que a sensibilidade do bolso, da balança e do espelho está acima de qualquer coisa. Os desejos tornam-se imperativos!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Comunidades de Pontina e Gameleira recebem capacitação do Programa um Milhão de Cisternas


O Serviço Pastoral dos Migrantes - SPM realizou nos dia 10 e 11 de julho, nas comunidades de Pontina e Gameleira, na cidade de Ingá - PB, mais uma etapa do P1MC - Programa Um Milhão de Cisternas, executado em parceria com a Articulação no Semiárido – ASA, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Social – MDS.

Nesta fase os beneficiários do Programa participaram do Curso de Gerenciamento de Recursos Hídricos – GRH.

O GRH é o momento pelo qual as famílias beneficiadas conhecem as ações de convivência com a semiaridez, sobretudo as tecnologias sociais desenvolvidas pelos agricultores familiares e pelas entidades de apoio, articuladas à ASA. São tecnologias simples de estocagem de água, de sementes, de forragem, de alimento e, sobretudo, de conhecimento. Com isso, esse conjunto de esforços lança a semente de um semiárido viável, capaz de produzir uma mudança cultural nas pessoas, do combate à seca para a convivência com as características específicas dessa região.

Também é momento privilegiado para saberem mais detalhes do P1MC, para aprenderem como cuidar da cisterna e da água, vital para o ser humano, os animais e o meio ambiente.

Durante o curso, debatem sobre o direito a ter direitos, sobretudo o direito a ter acesso à água potável e às políticas públicas, resultado da mobilização e da participação das comunidades.  

O curso é desenvolvido por meio de uma metodologia participativa, tendo como base a Educação Popular, usando também diversos recursos audiovisuais para que os conteúdos compartilhados possam ser apreendidos com maior facilidade. Todos os temas abordados partem da realidade local das famílias agricultoras, a partir do princípio de que o desenvolvimento só pode ser verdadeiro e sustentável se considerar a diversidade, contemplando-a em todas as suas fazes.
  
As ações de convivência com o semiárido desenvolvidas pelo SPM e pelo conjunto da rede ASA exaltam a diversidade da caatinga, como bioma vivo, com sua produção diversificada, com sua biodiversidade, sua gente viva, saindo do silêncio secular, organizando-se para acessar direitos, para usar da palavra, para ter vez e voz e poder dizer o que pensam de si, o que querem para seus povos, o que acreditam ser melhor e mais viável para melhorar sua condição de vida e possam vislumbrar, de fato e de direito, a possibilidade de sair da exclusão.

Nessa etapa do P1MC, o Serviço Pastoral dos Migrantes tem como meta construir 516 cisternas no município do Ingá, contribuindo para a universalização do acesso à água de beber na região agreste do estado da Paraíba, combatendo, assim, uma das principais causas da migração forçada do Nordeste Brasileiro.



Veja mais imagens das capacitações, nos links abaixo: