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sábado, 20 de julho de 2019

Mulheres Paraibanas se reúnem em Encontro de Preparação à Marcha das Margaridas 2019

Organizações de mulheres do campo e da cidade, movimentos sociais, sindicatos, associações, partidos e entidades da Paraíba realizaram no dia 18 de julho, um encontro estadual preparatório para a Marcha das Margaridas 2019, que acontecerá em Brasília-DF nos dias 13 e 14 de agosto. O evento reuniu 170 mulheres e aconteceu no Centro de Formação Elizabeth e João Pedro Teixeira, no município de Lagoa Seca, no Agreste do Estado.
Giselda Bezerra, do Polo da Borborema, deu as boas vindas e falou sobre a importância da aliança entre campo e cidade diante do momento atual: “Nós estamos em tempos não muito bons, mas estamos resistindo a tudo isso. Desde janeiro, estamos participando de processos preparatórios, bebemos de nossas experiências e elas nos trouxeram até aqui. O tempo é de unificar, por isso esse encontro hoje é tão importante, precisamos resistir juntas”, disse.
Na sequência, houve a exibição do vídeo “Mãe Terra” (1987) que retrata o cotidiano duro da mulher trabalhadora rural no Brejo da Paraíba, Sertão e Mata de Pernambuco no final dos anos 1980. O vídeo foi capaz de recuperar o contexto político e social da época em que militou Margarida Maria Alves. O documentário gravado quatro anos após sua morte, foi produzido pela TV VIVA e pelo Centro de Cultura Luiz Freire.
Em seguida, uma mesa de diálogo trouxe os depoimentos de Maria Soledade Leite e Carmelita Pedrozo, duas mulheres que militaram ao lado de Margarida Maria Alves e de Penha do Nascimento nos anos 80 em Alagoa Grande. Participaram ainda da mesa Ana Paula Romão de Souza Ferreira, professora do Departamento de Habilitação Pedagógica do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pesquisadora da vida de Margarida Maria Alves, e Dilei Schiochet do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra da Paraíba (MST-PB).

Foto: Joana D’arc da Silva

Maria Soledade Leite, de 76 anos, trabalhadora rural aposentada e violeira, emocionou a plenária compartilhando suas histórias e lições que aprendeu ao lado de Margarida e de Penha: “Elas ajudaram muitas mulheres e se libertar, eu fui uma delas. Aos 19 anos, peguei uma viola e resolvi desafiar a sociedade, abracei uma arte que era só dos homens. Não sabia nem falar direito, mas quando pegava o violão, eu falava cantando. Margarida chegou pra mim e disse ‘pega teu violão e vem lutar’, assim eu fiz”, lembra.
“Eu, assim como Margarida, não tenho estudo, mas não tenho medo. Pode vir o bacharel que for, que não me intimido, eu posso não falar a língua deles, mas sei falar a língua do meu povo, dos trabalhadores, e devo tudo isso à Margarida. Ela não morreu de graça, morreu porque lutou para que a filha do trabalhador tivesse a mesma chance que a filha do doutor”, afirmou.
Carmelita Pedrozo, também lembrou a consciência que Margarida tinha da importância de uma educação libertadora: “Já naquela época, ela defendia uma escola que ensinasse a partir da realidade dos trabalhadores, que lá eles aprendessem sobre os seus direitos”, disse. Ela também falou sobre como foi duro enfrentar a opressão e o machismo juntos “Lembro que nós, quando saíamos nas casas, tínhamos que ir falar sempre primeiro com os homens, muitas vezes, a mulher nem vinha para a sala, pois o dono da casa era o homem, mas não desistimos, a gente ia, conversava. Dei aula no Mobral e em minhas aulas, falava dos direitos”.
‘Margarida soube ser direção sem deixar de ser base’
A professora Ana Paula Romão, autora do livro “Margarida, Margaridas” (Editora UFPB), falou sobre o legado de Margarida para o chamado feminismo camponês: “Paulo Freire dizia ‘a cabeça pensa onde os pés pisam’, e qual era o chão de Margarida? Ela falava do lugar de uma mulher simples, do campo. Uma mulher que soube ser direção, sem deixar de ser base. O sindicalismo rural foi criado para matar as Ligas Camponesas, assumindo um papel assistencialista, o de dar a ambulância, e Margarida surgiu nesse processo, ela rompeu com isso, justamente pelo caminho da educação e da formação”.
Dilei Schiochet encerrou a mesa falando dos desafios da conjuntura atual e do papel decisivo das mulheres: “No momento histórico atual, não acredito que possa haver um levante popular que não venha das mulheres. As mulheres e as juventudes são o futuro desse país”. Após a mesa houve um rápido debate onde algumas participantes se colocaram. Maria de Lourdes Sousa, mais conhecida como dona Quinca, de 70 anos, assentada no município de Remígio, falou sobre o significado da luta para sua vida: “Nada foi dado de presente, tudo que conseguimos foi na luta, foi saindo de casa em casa, fazendo assembleia, estudando os nossos direitos. Eu desde os 12 anos que pelejo, e digo mais, quem morre de medo não sabe do que morreu”, concluiu.
No período da tarde, Ana Patrícia Sampaio, do Centro de Ação Cultural (CENTRAC)  relembrou os10 eixos temáticos da Marcha das Margaridas 2019 e a importância de cada um na pauta da Marcha. Na sequência, as mulheres se dividiram em grupos de cochicho para responder as seguintes questões: “O que levamos de propostas para a Marcha das Margaridas?” e “Como vamos consolidar o movimento de mulheres do campo e da cidade na Paraíba após a Marcha?”.
Desse momento foram tirados alguns encaminhamentos como a reativação do Coletivo Estadual de Mulheres do Campo e da Cidade; a realização de um encontro de planejamento após a Marcha; a escolha de nomes de mulheres do coletivo para disputarem candidaturas nas próximas eleições e o apoio nos estados às mobilizações pela educação do dia 13 de agosto, entre outras propostas.

Foto: Palloma Pires

Foi feito então o repasse das principais orientações às participantes que irão nas caravanas até Brasília e a situação das negociações dos apoios para o financiamento dos ônibus, a meta é de que a Paraíba consiga levar até oito veículos. O encontro foi finalizado com um Toré conduzido pelas mulheres indígenas da etnia Potiguara que participaram do Encontro.
Texto: Áurea Olimpia.
Fotos: Áurea Olimpia, Joana Darc da Silva e Palloma Pires.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

“Margarida está viva dentro de nós” afirmam agricultoras do Agreste durante encontro de preparação para a Marcha das Margaridas

“Eu tenho muito orgulho de seguir esse exemplo de força e de luta que Margarida é para nós. Margarida está viva dentro nós”, a afirmação é de Danielle Pereira, agricultora do Assentamento José Antônio Eufrozino em Campina Grande-PB, durante o encontro de preparação do Fórum de Lideranças do Agreste – Folia, para a Marcha das Margaridas de 2019. O evento aconteceu na última sexta-feira (12) em Campina Grande.
Danielle é a primeira mulher a presidir a associação comunitária do assentamento onde vive que já tem 19 anos de existência. A assentada, assim como outras mulheres integrantes do Folia, se espelha em Margarida Maria Alves, sindicalista de Alagoa Nova-PB, assassinada em 12 agosto de 1983, a mando de usineiros da região, a quem sua luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais incomodava. “Nós, agricultoras, sabemos que para que a semente possa germinar, ela tem que morrer. Então foi isso que aconteceu com Margarida, ela morreu, mas virou semente e se transformou nesse exemplo de luta e coragem”, afirma a agricultora Lita Bezerra, do Sítio Serra Velha, município de Itatuba-PB.
O Folia é um espaço de articulação de agricultores familiares organizados em associações, sindicatos de trabalhadores rurais e pastorais sociais de 16 municípios do Agreste Paraibano. O Fórum é umas das dinâmicas da Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) e conta com a assessoria do Centro de Ação Cultural – Centrac, Comissão Pastoral da Terra – CPT e Serviço Pastoral dos Migrantes – SPM.
Durante o encontro, que também teve a participação de homens, as agricultoras discutiram sobre a história e o legado de Margarida Maria Alves, as razões para marchar, os eixos temáticos e as conquistas das marchas anteriores e da luta das camponesas no campo da saúde, educação, acesso à terra e documentação, apoio à produção, previdência social e enfrentamento à violência. Foram escolhidas ainda os nomes das 15 mulheres do território que participarão do encontro estadual de preparação, que será realizado no dia 18 de julho, em Lagoa Seca-PB e vai escolher a representação da caravana da Paraíba rumo à Marcha.
“A marcha tem um caráter de denúncia, protesto, resistência e proposição. Em alguns momentos que foi possível o diálogo, a proposta foi de negociar com os governos a construção de políticas públicas. Como com este governo isso não é possível, a marcha vai denunciar as violações de direitos e propor a construção de uma plataforma política popular para o país, o que neste momento não temos e é extremamente importante”, frisou Madalena Medeiros, do Centrac. Amélia Marques, do SPM, lembrou do avanço que representou a incorporação de temas como o enfrentamento ao racismo e a LBGTFobia na pauta da Marcha.
A sexta edição da Marcha das Margaridas acontecerá de 13 a 14 de agosto de 2019 em Brasília-DF, com participação de delegações de todos os estados. A expectativa é a de que a capital federal receba cerca de 100 mil agricultoras familiares, camponesas, sem-terra, acampadas, assentadas, assalariadas, artesãs, extrativistas, seringueiras, quebradeiras de coco, pescadoras, ribeirinhas, quilombolas e indígenas.
Com o lema: “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência” a marcha busca conquistar visibilidade, reconhecimento social, político e cidadania para as mulheres trabalhadoras rurais. O evento é coordenado pela A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag, suas 27 federações e mais de quatro mil sindicatos.
Saiba mais: https://is.gd/L3qw7F



sábado, 13 de julho de 2019

Santa Missa do Papa Francisco pelo 6º aniversário de sua visita a Lampedusa


Papa Francisco / Foto: Captura de vídeo

FILHO DE UM E AMIGO DO FILHO DO OUTRO

Essas parecem ser as principais credenciais para que o deputado federal, Eduardo Bolsonaro, seja indicado para assumir a função de Embaixador do Brasil em Washington. Filho do Messias e amigo do filho do tio Sam. Filho do capitão, no Brasil, e amigo do filho do Magnata, nos Estados Unidos. Ah sim, não podemos esquecer. O candidato domina com desenvoltura o inglês. Navega como um peixe pelas águas bravias das redes sociais. Declara-se evangélico. Conhece como ninguém a linguagem truculenta da ofensa, da intriga, do combate, do xingamento. Depois, de forma um tanto quanto esdrúxula e paradoxal, reúne a incrível versatilidade de participar, contemporaneamente, da bancada da Bíblia e da bancada da bala... Melhor que isso, só encomendando! Pergunta: qual a reação do Senado diante dessa indicação no mínimo suspeita? Qual o teor da sabatina que costuma fazer parte do ritual? Como serão avaliadas semelhantes credenciais, seja quanto ao oportunismo de marca nepotista, seja quanto ao caráter amigável e “terrivelmente diplomático” do deputado? A menos que tenha mudando as características de um embaixador. Pelo que me consta, ele deve antes de tudo primar pela capacidade do diálogo e da escuta. Ou então, para citar Paulo Freire, um autor que certamente deixa furiosos os Bolsonaros, um embaixador deve desenvolver uma relação predominantemente “dialógica”. Constrangimento no Senado e em seus representantes? Talvez sim, talvez não. Depende do grau de colonização que o clã Bolsonaro conseguiu imprimir sobre cada uma de “Suas Excelências”. Há indicadores de que esta casa do Congresso Nacional, diferentemente da Câmara federal, se comporta de forma mais dócil diante das investidas do Executivo. Seja como for, sempre pode acabar por prevalecer o jeitinho brasileiro. Tudo se move e tudo se ajeita, desde que a Casa Grande & Senzala sigam, respectivamente, uma com seus privilégios, a outra com os favores. A diferença está em que, enquanto os primeiros são pétreos e intocáveis, os segundas dependem do humor de cada capitão em exercício. Paira no ar um formidável espanto: então é isso o que chamam de “nova política”! Torna-se necessário pedir socorro a alguns pilares da formação política brasileira, tais como Caio Prado Junior, Celso Furtado, Raymundo Faoro, Gilberto Freire – uma vez mais, nomes indigestos aos Bolsonaros. Contentemo-nos com aquele que mais recentemente nos deixou, aos 85 anos, o sociólogo pernambucano Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira, mais conhecido por Chico de Oliveira. Por longos 30 anos exerceu o cargo de professor titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Universidade de São Paulo. “Em O Ornitorrinco, ensaio recente mais famoso, recorreu ao estranho animal dotado de bico de pato – considerado ao mesmo tempo réptil, pássaro e mamífero – como metáfora do Brasil enquanto nação presa a um impasse evolutivo, que passeia entre o arcaico e o mais moderno, entre a extrema miséria e o luxo ostensivo. Chico de Oliveira dizia que o conceito de revolução estava ultrapassado e que o futuro residia na esquerda reformista” (Revista Época, Ed. Globo, nº 1097, 15.07.2019, pág. 42). Deve ter tomado um susto ao tropeçar com a extrema direita e sua insistência em trazer de volta práticas execradas da “velha política” dos tempos do coronelismo, a qual governa para os amigos e os amigos dos amigos. 

Pe. Alfredeo J. Gonçalces, cs – Rio de Janeiro, 12 de julho de 2019

CAMPANHA CASA DO MIGRANTE- Doação de Material escolar

O SPMNE está com uma CAMPANHA na CASA DO MIGRANTE de doação de material escolar, para as aulas de Português com os nossos acolhidos/as Venezuelanos. 
Colabore 🤝🙌
Local de Entrega: Paróquia São Pedro Pescador
Avenida Maria Rosa, 1124 - Manaíra /João Pessoa - PB 58038-460 - Brasil
Contato: 83 9 8635-1494


CASA DO MIGRANTE CELEBRA UM ANO DE ACOLHIMENTO

A Casa do Migrante - SPMNE completou no último dia 03, um ano de acolhida a refugiados na Paraíba, e para comemorar esse momento foi realizada uma celebração a qual contou com a presença de migrantes, refugiados venezuelanas e venezuelanos acolhidos(as) durante esse ano, como também participaram aqueles que ainda permanecem na casa. Se fizeram presentes parte da equipe SPMNE, parceiros, colaboradores, vizinhos e amigos e amigas da casa de acolhida. 



Desde o início, tivemos 190 acolhimentos entre crianças e adultos, a maioria encaminhados para o mercado de trabalho e todas as crianças inseridas e acompanhadas na escola com cursos de formação profissional e de português. Também temos um grupo de 35 pessoas que se reúnem familiarmente com monitoramento e debate com a sociedade no contexto de políticas públicas locais. Foi um momento de agradecer às voluntárias e voluntários que colaboraram de maneira significativa neste acompanhamento. Um lugar de falar dos migrantes e refugiados e também um momento de grande importância para as retomadas de vida.






A arquidiocese de Paraíba, na figura do padre Luis Junior, fez uma avaliação muito pertinente destes 12 meses, falou das muitas dificuldades para se enfrentar, e relembrou os muitos êxitos conquistados com as bençãos de Deus. 




quarta-feira, 10 de julho de 2019

O Papa: os migrantes são pessoas, não se trata de questões sociais ou migratórias

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«São pessoas, não se trata apenas de questões sociais ou migratórias! "Não se trata apenas de migrantes" ». Homilia do Papa Francisco na Santa Missa dos Migrantes, por ocasião do VI aniversário da sua visita à ilha italiana de Lampedusa.
Renato Martinez – Cidade do Vaticano
"Neste sexto aniversário da minha visita a Lampedusa, penso nos" últimos "que clamam ao Senhor todos os dias, pedindo para serem libertados dos males que os afligem. São os últimos enganados e abandonados para morrer no deserto; eles são os últimos torturados, maltratados e estuprados em campos de detenção; eles são os últimos a desafiar as ondas de um mar implacável; são os últimos que ficaram nos campos de uma recepção que é muito longa para ser chamada de temporária ", disse o Bispo de Roma na homilia na Santa Missa para os Migrantes, por ocasião do VI Aniversário de sua visita à ilha italiana de Lampedusa. , celebrada no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, nesta segunda-feira, 8 de julho de 2019.

"Hoje a Palavra de Deus fala de salvação e libertação"

Salvação: é Deus quem abaixa, revela e salva

Em sua homilia, o Santo Padre comentando as leituras bíblicas que foram proclamadas na celebração diziam que a Palavra de Deus hoje fala de salvação e libertação. Referindo-se a salvação, o Papa recordou a viagem de Jacob de Beersheba para Haran e o sonho que teve na qual ele viu os anjos de Deus subindo e descendo do céu, e como esse sonho se cumpriu historicamente na encarnação de Cristo. "A escada - disse o papa - é uma alegoria da iniciativa divina que precede todo movimento humano. É a antítese da Torre de Babel, construída por homens que, com sua própria força, queriam chegar ao céu para se tornarem deuses. Neste caso, pelo contrário, é Deus quem 'desce', é o Senhor quem se revela, é Deus quem salva. E Emanuel, o Deus conosco, cumpre a promessa de que o Senhor e a humanidade pertencem um ao outro, no sinal de um amor encarnado e misericordioso que dá vida em abundância ".

"O Deus-conosco cumpre a promessa de que o Senhor e a humanidade pertencem uns aos outros, no sinal de um amor encarnado e misericordioso que dá vida em abundância"

O refúgio daqueles que invocam na tribulação 
Antes desta revelação, enfatizou o Papa Francisco, Jacó realiza um ato de rendição ao Senhor, que se traduz em um compromisso de reconhecimento e adoração que marca um momento essencial na história da salvação. "Como um eco das palavras do Patriarca - o Pontífice mostrou - nós repetimos no Salmo:" Meu Deus, eu confio em você ". Ele é nosso refúgio e força, nosso escudo e armadura, âncora nos momentos de provação. O Senhor é um refúgio para os fiéis que o invocam na tribulação. Para o resto - disse o Papa - é precisamente nessas situações que nossa oração se torna mais pura, quando percebemos que as garantias oferecidas pelo mundo valem pouco e não temos mais que Deus. Só Deus abre o céu para quem vive na terra. Só Deus salva ". 
"Jesus revela aos seus discípulos a necessidade de uma opção preferencial pelos últimos, que devem ser colocados em primeiro lugar no exercício da caridade"

A liberação de doença e morte

É precisamente esta confiança completamente e forma extrema, disse o Santo Padre, o que une o chefe da sinagoga ea mulher doente no Evangelho. Eles são episódios de libertação. Ambos se aproximam de Jesus para obter dele o que nenhum outro pode lhes dar: a libertação da doença e da morte. Por um lado, temos a filha de uma das autoridades da cidade; por outro lado, temos uma mulher que sofre de uma doença que a torna excluída, marginalizada e impura. Mas Jesus não faz distinções: a liberação é generosamente concedida em ambos os casos. A necessidade coloca os dois, a mulher e a menina, entre os "últimos" a serem amados e criados. "João Paulo II", o "pobre" nas múltiplas dimensões da pobreza, são os oprimidos, os marginalizados, os idosos, os doentes, os jovens e que são considerados e tratados como a "última" na sociedade " (Exortação Vita consecrata, 82) " O último clamor pedindo para ser liberado Neste sexto aniversário da minha visita a Lampedusa, disse o Papa Francisco, eu penso o "último" a cada dia clamar ao Senhor, pedindo para ser libertado dos males que os afligem. "São os últimos enganados e abandonados para morrer no deserto; eles são os últimos torturados, maltratados e estuprados em campos de detenção; eles são os últimos a desafiar as ondas de um mar implacável; eles são os últimos deixados em campos de um host que é muito longo para ser chamado de temporário. Eles são apenas alguns dos últimos que Jesus nos pede para amar e ajudar a se levantar. "
"Eles são pessoas, não se trata apenas de questões sociais ou migratórias! "Não se trata apenas de migrantes", no duplo sentido de que os migrantes são, antes de tudo, seres humanos, e que hoje são o símbolo de todos os descartados da sociedade globalizada.

"Não é só sobre migrantes"
Infelizmente, acrescentou o Santo Padre, as periferias existenciais de nossas cidades são densamente povoadas por pessoas descartadas, marginalizadas, oprimidas, discriminadas, maltratadas, exploradas, abandonadas, pobres e sofredoras. No espírito das bem-aventuranças, somos chamados a consolá-los em suas aflições e a oferecer-lhes misericórdia; para satisfazer sua fome e sede de justiça; sentir a paternidade prudente de Deus; para mostrar-lhes o caminho para o Reino dos Céus. São pessoas, não se trata apenas de questões sociais ou migratórias! "Não se trata apenas de migrantes", no duplo sentido de que os migrantes são, antes de tudo, seres humanos, e que hoje são o símbolo de todos os descartados da sociedade globalizada. 
"Uma grande responsabilidade, da qual ninguém pode ficar isento se quisermos cumprir a missão de salvação e libertação a qual o próprio Senhor nos chamou para colaborar"

 É preciso compromisso, esforço e graça 
Antes de concluir sua homilia, o Papa Francisco disse que parece natural retomar a imagem da escada de Jacó, apontando que em Jesus Cristo, a conexão entre a terra e o céu é segura e acessível a todos. "Mas subir os degraus desta escadaria requer compromisso, esforço e graça. Devemos ajudar os mais fracos e mais vulneráveis. Eu gosto de pensar, então, que nós poderíamos ser aqueles anjos que sobem e descem, pegando os pequenos, os coxos, os doentes, os excluídos sob seus braços: os últimos, que de outra forma ficariam para trás e veriam apenas as misérias de a terra, sem nunca descobrir qualquer brilho do céu ". Finalmente, o Santo Padre agradeceu aos diferentes imigrantes que chegaram recentemente e que já estão ajudando os irmãos e irmãs que vieram recentemente. "Quero agradecer-lhe por este belo sinal de humanidade, gratidão e solidariedade."

Tradução: Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste - SPMNE

VÍDEO DESFAZ MITOS QUE OPÕEM PRODUÇÃO À CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL (por Observatório do Clima)

Com participação de Tasso Azevedo e Camila Pitanga, filme cruza duas bases de dados para mostrar que país tem espaço para ampliar a proteção às florestas e a agropecuária.


“O Brasil é o país do mundo que mais preserva.” “As áreas protegidas e terras indígenas são tantas que não sobra espaço para expandir a agropecuária.” Essas afirmações vêm ganhando espaço no discurso público no Brasil, em especial depois que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência. No entanto, elas se baseiam em uma série de distorções de dados e equívocos propositais, típicos de fake news. Um vídeo lançado nesta segunda-feira (29) busca esclarecer o público e desfazer esses mitos.

Em formato de conversa entre o engenheiro florestal Tasso Azevedo, do Observatório do Clima, e a atriz Camila Pitanga, o filme Fatos Florestais resulta de uma parceria entre o OC, a Produtora Imaginária e o cineasta Fernando Meirelles, da O2 Filmes. Em 13 minutos, ele expõe dados sobre uso da terra e conservação no Brasil a partir do cruzamento de duas grandes bases públicas de informações: o projeto MapBiomas, que mapeou todas as alterações da cobertura vegetal no Brasil nos últimos 35 anos, e o Atlas da Agropecuária Brasileira, criado pela Esalq-USP e pelo Imaflora, que mapeou a situação fundiária do país inteiro. Além disso, recorre a dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), da Embrapa e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

O espectador descobrirá, por exemplo, que o Brasil está longe de ser o país do mundo com maior área de florestas (esse título é da Rússia), com maior proporção de seu território sob florestas (há 20 países com mais floresta que o Brasil proporcionalmente) ou com maior proporção de áreas protegidas (o país está na média mundial e tem menos área protegida que a Alemanha e vários países sul-americanos). Além disso, quando se exclui a Amazônia – que abriga apenas 10% da produção agrícola do país – a fração do território nacional protegida não chega a 5%.

Outro mito desfeito é o de que falta terra para produzir no Brasil. O país tem a terceira maior área de produção do mundo, 245 milhões de hectares, perdendo apenas para China e Estados Unidos, e mais área agrícola por habitante que ambos. A afirmação de que o agricultor brasileiro é um grande conservador de florestas tampouco se sustenta: os dados mostram que o desmatamento em propriedades agrícolas nos últimos 35 anos foi de 20%, contra 0,5% em áreas protegidas.

“Em tempos difíceis de distorções de dados sobre a questão agrária, sentimos urgência em reagir e contribuir com dados científicos. É preciso preservar e utilizar com inteligência os imensos potenciais do Brasil”, disse a diretora do filme, Gisela Moreau, da Imaginária.

“Espero que esse vídeo ajude a despertar olhares para que tenhamos uma pauta progressista para o meio ambiente”, disse Camila Pitanga.

Tasso Azevedo afirma que a principal mensagem do vídeo é mostrar que não existe oposição entre produção de alimentos e conservação. Ele cita o exemplo do Estado de São Paulo, onde a área agrícola cresceu sobre pastagens nas últimas décadas, sem desmatamento adicional – na verdade, a área de florestas no Estado sofreu um ligeiro aumento. “Há uma área imensa de pastos mal aproveitados ou abandonados no país que podem ser usados para mais do que dobrar a nossa produção de alimentos”, diz. “É preciso usar o território com inteligência e aumentar a produtividade. E nisso nossos agricultores são muito bons.”


http://www.observatoriodoclima.eco.br/mitos-producao-conservacao-no-pais/