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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Dia Mundial do Refugiado


A data é uma oportunidade de celebrar a coragem e perseverança de pessoas que deixam seus lares e buscam novas oportunidades e melhores condições de vida. Também é um momento que expressa a solidariedade e o respeito que os outros países precisam ter com os povos refugiados.

A Arquidiocese da Paraíba junto ao Serviço Pastoral do Migrante , que fica localizada no município do Conde, litoral sul da Paraíba sob a coordenação de Arivaldo Sezyshta, acolheu do ano passado até agora mais de 180 refugiados.

Para celebrar este dia o Setor de Comunicação da Arquidiocese da Paraíba exibe um vídeo-documentário, produzido pela parceira Ide Comunicação, que trata da realidade dos refugiados que chegam à Arquidiocese.

IX SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA

O Coletivo LEPEC (Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Espaço Agrário e Campesinato), informa à comunidade brasileira e latino-americana que se dedica aos estudos agrários, sobre a construção do IX Simpósio Internacional de Geografia Agrária e X Simpósio Nacional de Geografia Agrária. Dando continuidade a uma jornada de fortalecimento e de revisão do pensamento crítico no âmbito da ciência geográfica, desejamos seguir o legado acumulado desde 1998 até último SINGA, realizado em Curitiba em 2017, e receber todas e todos na cidade do Recife em 2019, entre os dias 11 a 15 de novembro. E mais uma vez, alimentar as redes de resistências, rebeldias e acolhimento que perfazem as lutas sociais no campo e na cidade do presente período histórico. 
O LEPEC é um coletivo de pesquisadoras e pesquisadores que se dedica ao estudo do espaço agrário a partir de uma visão escalar latino-americana, vinculado ao Departamento de Geografia e ao Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A partir de uma metodologia de trabalho coletivo, observando os temas dos eventos anteriores e com contribuições de entidades parceiras, apresentamos como temário do evento um conjunto de ideias que reconhece o desafio de debate entre as diversas e diferentes epistemologias que conformaram as bases do pensamento geográfico. Alimentados pelas vivências dos eventos anteriores que proporcionaram aprofundamentos teóricos e metodológicos, com vistas a revigorar as forças de uma geografia posicionada frente a um contexto de recrudescimento dos conflitos e aprofundamento da violência no campo, convidamos todas e todos para um espaço de discussão que reconheça e mova os limites do conhecimento científico hegemônico, considerando outras cognições, epistemologias e matrizes de saberes que emergem dos processos de r-existência em curso na América Latina. Nesta perspectiva, o tema do SINGA 2019 será "Para além das cercas que nos cegam: as naturezas das r-existências no campo na América Latina". 
O SINGA ao longo dessas duas décadas acumulou um importante legado para o entendimento sobre o Brasil e a América Latina tomando o espaço agrário como centralidade analítica, convergindo em sua realização uma amálgama de conhecimentos, sentimentos e sínteses. Posicionado em diferentes pontos de vista desse país continental, lançou olhares considerando aspectos históricos e territoriais para entender e agir frente às dinâmicas transformações recentes no espaço agrário. Se distanciando do centro geográfico onde foi gestado, a geografia da USP, perpassando pela Amazônia, Cerrado e Sul do Brasil, mergulhando nos nós profundos da formação territorial do campo, como Araguaia e as Ligas Camponesas, o evento, tem acompanhado as tendências de abertura escalar para América Latina e de reconhecimento da amplitude dos sujeitos sociais do campo que, por sua vez, redesenham a questão agrária, tais como os faxinalenses, comunidades quilombolas, povos indígenas, pescadoras artesanais, pequizeiros, ciganos, entre outros. 
Movido por essas sensibilidades, reflexões e desejos, assumimos a missão e o desafio de acolher esse SINGA, e, desde já, colocando-nos à disposição para uma construção dialógica e compartilhada do Simpósio. 
Para mais informações: https://www.singa19.com.br/site/capa / https://www3.ufpe.br/lepec/  e-mail: coletivolepec@gmail.com  / telefone: +55 81 2123-7371. 

Projeto Águas do Saber realiza encontro com mães, pais e responsáveis em escola da Serra do Cabral


O projeto de Acesso à Água para Ações Pedagógicas no Semiárido Paraibano, "Águas do Saber", promove uma educação que dialoga com a realidade da escola, considerando os seus aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais, como também garantindo o direito ao acesso à água de qualidade. 


O Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPMNE), realizou ontem terça-feira (18), uma reunião com alunos/as, mães, pais e responsáveis da Escola João Vicente de Brito, na Comunidade Serra do Cabral, onde participaram mais ou menos 60 pais/mães/responsáveis. O momento inicial ficou para um resgaste histórico das instituições envolvidas SPMNE e AVINA/AMA, e como se deu o processo de conquista do projeto até aquela escola. Sendo assim, foi apresentado o projeto, mostrando o que está acontecendo e o que ainda vai ser feito até sua conclusão, mostrando todas as etapas do projeto, na formação, construção e na parte prática. Também foi discutido sobre os benefícios trazidos para a escola e as práticas envolvidas nas ações contempladas nesse projeto. 



Logo em seguida, aconteceu uma roda de conversa sobre a co-participação e responsabilidade no projeto, dos pais, mães e responsáveis; discutindo como eles poderão está se envolvendo no processo de manutenção das tecnologias sociais implementadas no espaço da escola, quais serão as orientações para os seus filhos, sempre enfatizando a importância da presença e envolvimento deles nesse momento de conquista para a comunidade escolar. O encontro foi conduzido pela comunicadora Juliana Michelle. 

segunda-feira, 17 de junho de 2019

I Seminário de Migração e Refúgio acontecerá no Crato/CE


A Igreja Católica tem um grande papel quando o assunto é mobilizar os diversos movimentos e pastorais para as grandes questões que envolvem a vida em sociedade. Neste sentido é que o Comitê Caririense de Migração e Refúgio, ligado à Diocese de Crato, e ao Serviço Pastoral do Migrante (SPM) promoverá o I Seminário de Migração  e  Refúgio. O evento acontecerá nos dias 18 e 19 de junho, no Salão de Atos da  Universidade  regional  do  Cariri (URCA), no bairro Pimenta, em Crato.
Na oportunidade, membros da Igreja, representantes de instituições como a Polícia Federal, secretários de assistência social e professores universitários vão discutir sobre a situação de migrantes e de refugiados no Cariri. Entre as palestras proferidas está o tráfico de pessoas e a revalidação de diploma. Migrantes e refugiados também vão ter espaço.
As discussões partem do tema: “Cultura do Encontro e construção de Políticas Públicas”. Além de estar em sintonia com a Campanha da Fraternidade, promovida anualmente pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), o tema é um pedido do Papa Francisco à Igreja presente no mundo.
Segundo a Irmã Cecilia Zanet, que integra o Comitê de Migração e Refúgio, a ideia é proporcionar um espaço de formação  para  agentes  de pastoral, organizações, sociedade  civil  e  entidades  sensíveis à  realidade  de  migrantes  e  refugiados. Mas o evento é aberto a qualquer pessoa interessada no assunto.
Na Diocese de Crato, três famílias foram acolhidas nos últimos meses. Elas residem em Crato, no território das paróquias Nossa Senhora de Fátima (Pimenta) e São Francisco de Assis (Pinto Madeira). Em Juazeiro do Norte, na Basílica Nossa Senhora das Dores (Centro).
Acesse a programação clicando aqui.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

8ª Festa das Sementes da Paixão celebra conservação da biodiversidade e cobra políticas públicas do estado

Com uma apresentação de aboio feita pela professora e ativista cultural Elissandra de Oliveira, foi finalizada, na tarde desta sexta (07) a oitava edição da Festa Estadual das Sementes da Paixão, no município de Soledade-PB, Cariri Paraibano com a presença de 1.200 pessoas. A Festa teve como tema “Comunidades Guardiãs: Protegendo a Biodiversidade e Garantindo Alimentação Saudável” e desde a quarta-feira (05) reuniu centenas de agricultoras e agricultores familiares em mesas de diálogo, oficinas temáticas, feira de sabores e saberes e atividades culturais.
A Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) promove há 15 anos as festas, com um intervalo de dois anos entre uma edição e outra. As festas cumprem o duplo papel de celebrar o trabalho das centenas de guardiãs e guardiões das sementes e de denunciar as ameaças à preservação deste patrimônio genético e cultural da humanidade.


Imagem: Daniel Magalhães

Em sua Carta Política, lida durante a plenária final do evento diante de uma mesa de representantes do Governo do Estado, da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, da Secretaria Estadual Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária, da Frente Parlamentar da Água e da Agricultura Familiar da Assembleia Legislativa, de representantes da Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA Brasil e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional – Consea PB, afirmava: “Comunidades guardiãs são as verdadeiras trincheiras de luta e de afirmação do papel histórico exercido por agricultoras a agricultores na defesa e proteção dos recursos da biodiversidade, da água e da terra”. O documento continua: “Afirmamos que esses recursos são bens comuns que, manejados e conservados pelas mãos das comunidades, se convertem na produção de alimentos fartos, seguros, diversificados e saudáveis”.


Imagem: Áurea Olímpia

As estratégias de proteção das sementes crioulas contra a contaminação dos transgênicos, o papel da conservação das sementes na garantia de uma alimentação saudável e a cobrança por uma política estadual de sementes crioulas vegetais e animais, foram a tônica das discussões nos três dias de evento, que contou ainda em seu segundo dia com cinco oficinas, quatro delas realizadas em comunidades rurais da região, onde os participantes conheceram experiências de bancos de sementes comunitários, fundos rotativos solidários e outros mecanismos de gestão de bens comuns.
“Vamos viver um ciclo com pouca ou nenhuma presença do Estado Brasileiro para a agricultura familiar, por isso precisamos nos voltar para a força das nossas comunidades, nossos bancos de sementes e fundos rotativos solidários”, frisou Marcelo Galassi, da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e da coordenação da ASA Paraíba.


Imagem: Daniel Magalhães

Naidson Quintela, da Coordenação Nacional da ASA Brasil, em sua fala, lembrou os 15 anos de trajetória das Festas das Sementes da Paixão na Paraíba e falou sobre a conjuntura política atual: “A última eleição na Paraíba foi de resistência, vocês escolheram aqui os representantes que vão garantir a vida e não a morte”, disse se referindo ao Governo Federal atual que liberou em seis meses quase 200 novos agrotóxicos no país e continuou: “O recado que a ASA Brasil tem para dar aqui hoje é, não abram mão, continuem brigando, celebrando, festejando e guardando sementes. O governo estadual que vocês elegeram tem a obrigação de dar suporte a esse trabalho, assim como o governo da Bahia que instituiu uma política estadual de agroecologia”.
Contra os Transgênicos, Sementes da Paixão!


Imagem: Thaynara Policarpo

Ainda durante a plenária final, logo após os 1.200 participantes terem feito uma caminhada pelo Centro de Soledade-PB, foi feito o lançamento estadual da Campanha “Não Planto Transgênicos para Não Apagar a Minha História”. Criada pelo Polo da Borborema, uma das dinâmicas microrregionais que integram a ASA na Paraíba, a Campanha entra em uma nova fase em âmbito estadual e pretende esclarecer as famílias agricultoras sobre como evitar a contaminação de suas sementes, principalmente as de milho, que devido a polinização aberta, é de fácil contaminação, bem como divulgar os riscos que os transgênicos trazem não só para a saúde humana, mas também para a erosão genética da biodiversidade. Após o ato de lançamento, à plenária foi oferecida a degustação de uma variedade de alimentos produzidos com milho não transgênico, como broas, bolos e biscoitos, que já pode ser encontrado nas feiras agroecológicas na forma de farelo, cuscuz, mungunzá e xerém.


Imagem: Thaynara Policarpo

Durante a Festa, foram realizados gratuitamente testes de transgenia adquiridos pela organização do evento. Os testes funcionam de forma semelhante a um teste de gravidez, com tiras sensíveis à sete tipos de proteínas transgênicas. Para aqueles que tinham seus testes com resultado negativo para a contaminação, era entregue um certificado de Livre de Transgênicos. Maria das Dores Medeiros, do Sítio Capoeiras, em Cubati-PB, conta do alívio que sentiu ao descobrir que havia conseguido recuperar suas sementes: “Fizemos o teste aqui e deu negativo, essa era uma semente que já havia dado contaminada, mas através do banco de sementes, a gente conseguiu recuperar e manter livre da contaminação, então eu fiquei muito feliz e aliviada de ter de volta meu milho da paixão”.
As pesquisas participativas e o diálogo de saberes também foram tema de uma das mesas, com a pesquisadora Paola Cortez, da Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE. Em sua fala, a pesquisadora ressaltou a contribuição das famílias agricultoras para a conservação da biodiversidade e para a construção do conhecimento, além da importância do diálogo de saberes: “Vivemos hoje uma erosão genética, mas também uma erosão de conhecimentos associados a essas sementes. Por isso é tão importante o diálogo entre os saberes, não existe saber melhor que o outro, os saberes científico e popular se complementam, e é dever da ciência conhecer e valorizar o conhecimento popular”.


Imagem: Thaynara Policarpo

A Festa Estadual das Sementes da Paixão é organizada pela Rede de Sementes da ASA Paraíba e tem o objetivo de celebrar as conquistas da rede de bancos de sementes comunitários no estado e seu importante trabalho de preservação das variedades e espécies locais, adaptadas às condições de solo e de clima da região semiárida e cujo manejo e conhecimento sobre elas é de domínio das famílias agricultoras. Outro objetivo é fazer a denúncia dos desafios que ameaçam esse modelo de produção agroecológico.
Leia a Carta Política da Festa (aqui)

quarta-feira, 12 de junho de 2019

8ª Festa das Sementes da Paixão celebra conservação da biodiversidade e cobra políticas públicas do estado

Com uma apresentação de aboio feita pela professora e ativista cultural Elissandra de Oliveira, foi finalizada, na tarde desta sexta (07) a oitava edição da Festa Estadual das Sementes da Paixão, no município de Soledade-PB, Cariri Paraibano com a presença de 1.200 pessoas. A Festa teve como tema “Comunidades Guardiãs: Protegendo a Biodiversidade e Garantindo Alimentação Saudável” e desde a quarta-feira (05) reuniu centenas de agricultoras e agricultores familiares em mesas de diálogo, oficinas temáticas, feira de sabores e saberes e atividades culturais.
A Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) promove há 15 anos as festas, com um intervalo de dois anos entre uma edição e outra. As festas cumprem o duplo papel de celebrar o trabalho das centenas de guardiãs e guardiões das sementes e de denunciar as ameaças à preservação deste patrimônio genético e cultural da humanidade.
Imagem: Daniel Magalhães
Em sua Carta Política, lida durante a plenária final do evento diante de uma mesa de representantes do Governo do Estado, da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, da Secretaria Estadual Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária, da Frente Parlamentar da Água e da Agricultura Familiar da Assembleia Legislativa, de representantes da Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA Brasil e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional – Consea PB, afirmava: “Comunidades guardiãs são as verdadeiras trincheiras de luta e de afirmação do papel histórico exercido por agricultoras a agricultores na defesa e proteção dos recursos da biodiversidade, da água e da terra”. O documento continua: “Afirmamos que esses recursos são bens comuns que, manejados e conservados pelas mãos das comunidades, se convertem na produção de alimentos fartos, seguros, diversificados e saudáveis”.
Imagem: Áurea Olímpia
As estratégias de proteção das sementes crioulas contra a contaminação dos transgênicos, o papel da conservação das sementes na garantia de uma alimentação saudável e a cobrança por uma política estadual de sementes crioulas vegetais e animais, foram a tônica das discussões nos três dias de evento, que contou ainda em seu segundo dia com cinco oficinas, quatro delas realizadas em comunidades rurais da região, onde os participantes conheceram experiências de bancos de sementes comunitários, fundos rotativos solidários e outros mecanismos de gestão de bens comuns.
“Vamos viver um ciclo com pouca ou nenhuma presença do Estado Brasileiro para a agricultura familiar, por isso precisamos nos voltar para a força das nossas comunidades, nossos bancos de sementes e fundos rotativos solidários”, frisou Marcelo Galassi, da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e da coordenação da ASA Paraíba.
Imagem: Daniel Magalhães
Naidson Quintela, da Coordenação Nacional da ASA Brasil, em sua fala, lembrou os 15 anos de trajetória das Festas das Sementes da Paixão na Paraíba e falou sobre a conjuntura política atual: “A última eleição na Paraíba foi de resistência, vocês escolheram aqui os representantes que vão garantir a vida e não a morte”, disse se referindo ao Governo Federal atual que liberou em seis meses quase 200 novos agrotóxicos no país e continuou: “O recado que a ASA Brasil tem para dar aqui hoje é, não abram mão, continuem brigando, celebrando, festejando e guardando sementes. O governo estadual que vocês elegeram tem a obrigação de dar suporte a esse trabalho, assim como o governo da Bahia que instituiu uma política estadual de agroecologia”.
Contra os Transgênicos, Sementes da Paixão!
Imagem: Thaynara Policarpo
Ainda durante a plenária final, logo após os 1.200 participantes terem feito uma caminhada pelo Centro de Soledade-PB, foi feito o lançamento estadual da Campanha “Não Planto Transgênicos para Não Apagar a Minha História”. Criada pelo Polo da Borborema, uma das dinâmicas microrregionais que integram a ASA na Paraíba, a Campanha entra em uma nova fase em âmbito estadual e pretende esclarecer as famílias agricultoras sobre como evitar a contaminação de suas sementes, principalmente as de milho, que devido a polinização aberta, é de fácil contaminação, bem como divulgar os riscos que os transgênicos trazem não só para a saúde humana, mas também para a erosão genética da biodiversidade. Após o ato de lançamento, à plenária foi oferecida a degustação de uma variedade de alimentos produzidos com milho não transgênico, como broas, bolos e biscoitos, que já pode ser encontrado nas feiras agroecológicas na forma de farelo, cuscuz, mungunzá e xerém.
Imagem: Thaynara Policarpo
Durante a Festa, foram realizados gratuitamente testes de transgenia adquiridos pela organização do evento. Os testes funcionam de forma semelhante a um teste de gravidez, com tiras sensíveis à sete tipos de proteínas transgênicas. Para aqueles que tinham seus testes com resultado negativo para a contaminação, era entregue um certificado de Livre de Transgênicos. Maria das Dores Medeiros, do Sítio Capoeiras, em Cubati-PB, conta do alívio que sentiu ao descobrir que havia conseguido recuperar suas sementes: “Fizemos o teste aqui e deu negativo, essa era uma semente que já havia dado contaminada, mas através do banco de sementes, a gente conseguiu recuperar e manter livre da contaminação, então eu fiquei muito feliz e aliviada de ter de volta meu milho da paixão”.
As pesquisas participativas e o diálogo de saberes também foram tema de uma das mesas, com a pesquisadora Paola Cortez, da Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE. Em sua fala, a pesquisadora ressaltou a contribuição das famílias agricultoras para a conservação da biodiversidade e para a construção do conhecimento, além da importância do diálogo de saberes: “Vivemos hoje uma erosão genética, mas também uma erosão de conhecimentos associados a essas sementes. Por isso é tão importante o diálogo entre os saberes, não existe saber melhor que o outro, os saberes científico e popular se complementam, e é dever da ciência conhecer e valorizar o conhecimento popular”.
Imagem: Thaynara Policarpo
A Festa Estadual das Sementes da Paixão é organizada pela Rede de Sementes da ASA Paraíba e tem o objetivo de celebrar as conquistas da rede de bancos de sementes comunitários no estado e seu importante trabalho de preservação das variedades e espécies locais, adaptadas às condições de solo e de clima da região semiárida e cujo manejo e conhecimento sobre elas é de domínio das famílias agricultoras. Outro objetivo é fazer a denúncia dos desafios que ameaçam esse modelo de produção agroecológico.
Leia a Carta Política da Festa (aqui)

8ª Festa das Sementes da Paixão celebra conservação da biodiversidade e cobra políticas públicas do estado

Com uma apresentação de aboio feita pela professora e ativista cultural Elissandra de Oliveira, foi finalizada, na tarde desta sexta (07) a oitava edição da Festa Estadual das Sementes da Paixão, no município de Soledade-PB, Cariri Paraibano com a presença de 1.200 pessoas. A Festa teve como tema “Comunidades Guardiãs: Protegendo a Biodiversidade e Garantindo Alimentação Saudável” e desde a quarta-feira (05) reuniu centenas de agricultoras e agricultores familiares em mesas de diálogo, oficinas temáticas, feira de sabores e saberes e atividades culturais.
A Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) promove há 15 anos as festas, com um intervalo de dois anos entre uma edição e outra. As festas cumprem o duplo papel de celebrar o trabalho das centenas de guardiãs e guardiões das sementes e de denunciar as ameaças à preservação deste patrimônio genético e cultural da humanidade.
Imagem: Daniel Magalhães
Em sua Carta Política, lida durante a plenária final do evento diante de uma mesa de representantes do Governo do Estado, da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, da Secretaria Estadual Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária, da Frente Parlamentar da Água e da Agricultura Familiar da Assembleia Legislativa, de representantes da Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA Brasil e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional – Consea PB, afirmava: “Comunidades guardiãs são as verdadeiras trincheiras de luta e de afirmação do papel histórico exercido por agricultoras a agricultores na defesa e proteção dos recursos da biodiversidade, da água e da terra”. O documento continua: “Afirmamos que esses recursos são bens comuns que, manejados e conservados pelas mãos das comunidades, se convertem na produção de alimentos fartos, seguros, diversificados e saudáveis”.
Imagem: Áurea Olímpia
As estratégias de proteção das sementes crioulas contra a contaminação dos transgênicos, o papel da conservação das sementes na garantia de uma alimentação saudável e a cobrança por uma política estadual de sementes crioulas vegetais e animais, foram a tônica das discussões nos três dias de evento, que contou ainda em seu segundo dia com cinco oficinas, quatro delas realizadas em comunidades rurais da região, onde os participantes conheceram experiências de bancos de sementes comunitários, fundos rotativos solidários e outros mecanismos de gestão de bens comuns.
“Vamos viver um ciclo com pouca ou nenhuma presença do Estado Brasileiro para a agricultura familiar, por isso precisamos nos voltar para a força das nossas comunidades, nossos bancos de sementes e fundos rotativos solidários”, frisou Marcelo Galassi, da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e da coordenação da ASA Paraíba.
Imagem: Daniel Magalhães
Naidson Quintela, da Coordenação Nacional da ASA Brasil, em sua fala, lembrou os 15 anos de trajetória das Festas das Sementes da Paixão na Paraíba e falou sobre a conjuntura política atual: “A última eleição na Paraíba foi de resistência, vocês escolheram aqui os representantes que vão garantir a vida e não a morte”, disse se referindo ao Governo Federal atual que liberou em seis meses quase 200 novos agrotóxicos no país e continuou: “O recado que a ASA Brasil tem para dar aqui hoje é, não abram mão, continuem brigando, celebrando, festejando e guardando sementes. O governo estadual que vocês elegeram tem a obrigação de dar suporte a esse trabalho, assim como o governo da Bahia que instituiu uma política estadual de agroecologia”.
Contra os Transgênicos, Sementes da Paixão!
Imagem: Thaynara Policarpo
Ainda durante a plenária final, logo após os 1.200 participantes terem feito uma caminhada pelo Centro de Soledade-PB, foi feito o lançamento estadual da Campanha “Não Planto Transgênicos para Não Apagar a Minha História”. Criada pelo Polo da Borborema, uma das dinâmicas microrregionais que integram a ASA na Paraíba, a Campanha entra em uma nova fase em âmbito estadual e pretende esclarecer as famílias agricultoras sobre como evitar a contaminação de suas sementes, principalmente as de milho, que devido a polinização aberta, é de fácil contaminação, bem como divulgar os riscos que os transgênicos trazem não só para a saúde humana, mas também para a erosão genética da biodiversidade. Após o ato de lançamento, à plenária foi oferecida a degustação de uma variedade de alimentos produzidos com milho não transgênico, como broas, bolos e biscoitos, que já pode ser encontrado nas feiras agroecológicas na forma de farelo, cuscuz, mungunzá e xerém.
Imagem: Thaynara Policarpo
Durante a Festa, foram realizados gratuitamente testes de transgenia adquiridos pela organização do evento. Os testes funcionam de forma semelhante a um teste de gravidez, com tiras sensíveis à sete tipos de proteínas transgênicas. Para aqueles que tinham seus testes com resultado negativo para a contaminação, era entregue um certificado de Livre de Transgênicos. Maria das Dores Medeiros, do Sítio Capoeiras, em Cubati-PB, conta do alívio que sentiu ao descobrir que havia conseguido recuperar suas sementes: “Fizemos o teste aqui e deu negativo, essa era uma semente que já havia dado contaminada, mas através do banco de sementes, a gente conseguiu recuperar e manter livre da contaminação, então eu fiquei muito feliz e aliviada de ter de volta meu milho da paixão”.
As pesquisas participativas e o diálogo de saberes também foram tema de uma das mesas, com a pesquisadora Paola Cortez, da Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE. Em sua fala, a pesquisadora ressaltou a contribuição das famílias agricultoras para a conservação da biodiversidade e para a construção do conhecimento, além da importância do diálogo de saberes: “Vivemos hoje uma erosão genética, mas também uma erosão de conhecimentos associados a essas sementes. Por isso é tão importante o diálogo entre os saberes, não existe saber melhor que o outro, os saberes científico e popular se complementam, e é dever da ciência conhecer e valorizar o conhecimento popular”.
Imagem: Thaynara Policarpo
A Festa Estadual das Sementes da Paixão é organizada pela Rede de Sementes da ASA Paraíba e tem o objetivo de celebrar as conquistas da rede de bancos de sementes comunitários no estado e seu importante trabalho de preservação das variedades e espécies locais, adaptadas às condições de solo e de clima da região semiárida e cujo manejo e conhecimento sobre elas é de domínio das famílias agricultoras. Outro objetivo é fazer a denúncia dos desafios que ameaçam esse modelo de produção agroecológico.
Leia a Carta Política da Festa (aqui)

8ª Festa das Sementes da Paixão celebra conservação da biodiversidade e cobra políticas públicas do estado

Com uma apresentação de aboio feita pela professora e ativista cultural Elissandra de Oliveira, foi finalizada, na tarde desta sexta (07) a oitava edição da Festa Estadual das Sementes da Paixão, no município de Soledade-PB, Cariri Paraibano com a presença de 1.200 pessoas. A Festa teve como tema “Comunidades Guardiãs: Protegendo a Biodiversidade e Garantindo Alimentação Saudável” e desde a quarta-feira (05) reuniu centenas de agricultoras e agricultores familiares em mesas de diálogo, oficinas temáticas, feira de sabores e saberes e atividades culturais.
A Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) promove há 15 anos as festas, com um intervalo de dois anos entre uma edição e outra. As festas cumprem o duplo papel de celebrar o trabalho das centenas de guardiãs e guardiões das sementes e de denunciar as ameaças à preservação deste patrimônio genético e cultural da humanidade.
Imagem: Daniel Magalhães
Em sua Carta Política, lida durante a plenária final do evento diante de uma mesa de representantes do Governo do Estado, da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, da Secretaria Estadual Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária, da Frente Parlamentar da Água e da Agricultura Familiar da Assembleia Legislativa, de representantes da Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA Brasil e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional – Consea PB, afirmava: “Comunidades guardiãs são as verdadeiras trincheiras de luta e de afirmação do papel histórico exercido por agricultoras a agricultores na defesa e proteção dos recursos da biodiversidade, da água e da terra”. O documento continua: “Afirmamos que esses recursos são bens comuns que, manejados e conservados pelas mãos das comunidades, se convertem na produção de alimentos fartos, seguros, diversificados e saudáveis”.
Imagem: Áurea Olímpia
As estratégias de proteção das sementes crioulas contra a contaminação dos transgênicos, o papel da conservação das sementes na garantia de uma alimentação saudável e a cobrança por uma política estadual de sementes crioulas vegetais e animais, foram a tônica das discussões nos três dias de evento, que contou ainda em seu segundo dia com cinco oficinas, quatro delas realizadas em comunidades rurais da região, onde os participantes conheceram experiências de bancos de sementes comunitários, fundos rotativos solidários e outros mecanismos de gestão de bens comuns.
“Vamos viver um ciclo com pouca ou nenhuma presença do Estado Brasileiro para a agricultura familiar, por isso precisamos nos voltar para a força das nossas comunidades, nossos bancos de sementes e fundos rotativos solidários”, frisou Marcelo Galassi, da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e da coordenação da ASA Paraíba.
Imagem: Daniel Magalhães
Naidson Quintela, da Coordenação Nacional da ASA Brasil, em sua fala, lembrou os 15 anos de trajetória das Festas das Sementes da Paixão na Paraíba e falou sobre a conjuntura política atual: “A última eleição na Paraíba foi de resistência, vocês escolheram aqui os representantes que vão garantir a vida e não a morte”, disse se referindo ao Governo Federal atual que liberou em seis meses quase 200 novos agrotóxicos no país e continuou: “O recado que a ASA Brasil tem para dar aqui hoje é, não abram mão, continuem brigando, celebrando, festejando e guardando sementes. O governo estadual que vocês elegeram tem a obrigação de dar suporte a esse trabalho, assim como o governo da Bahia que instituiu uma política estadual de agroecologia”.
Contra os Transgênicos, Sementes da Paixão!
Imagem: Thaynara Policarpo
Ainda durante a plenária final, logo após os 1.200 participantes terem feito uma caminhada pelo Centro de Soledade-PB, foi feito o lançamento estadual da Campanha “Não Planto Transgênicos para Não Apagar a Minha História”. Criada pelo Polo da Borborema, uma das dinâmicas microrregionais que integram a ASA na Paraíba, a Campanha entra em uma nova fase em âmbito estadual e pretende esclarecer as famílias agricultoras sobre como evitar a contaminação de suas sementes, principalmente as de milho, que devido a polinização aberta, é de fácil contaminação, bem como divulgar os riscos que os transgênicos trazem não só para a saúde humana, mas também para a erosão genética da biodiversidade. Após o ato de lançamento, à plenária foi oferecida a degustação de uma variedade de alimentos produzidos com milho não transgênico, como broas, bolos e biscoitos, que já pode ser encontrado nas feiras agroecológicas na forma de farelo, cuscuz, mungunzá e xerém.
Imagem: Thaynara Policarpo
Durante a Festa, foram realizados gratuitamente testes de transgenia adquiridos pela organização do evento. Os testes funcionam de forma semelhante a um teste de gravidez, com tiras sensíveis à sete tipos de proteínas transgênicas. Para aqueles que tinham seus testes com resultado negativo para a contaminação, era entregue um certificado de Livre de Transgênicos. Maria das Dores Medeiros, do Sítio Capoeiras, em Cubati-PB, conta do alívio que sentiu ao descobrir que havia conseguido recuperar suas sementes: “Fizemos o teste aqui e deu negativo, essa era uma semente que já havia dado contaminada, mas através do banco de sementes, a gente conseguiu recuperar e manter livre da contaminação, então eu fiquei muito feliz e aliviada de ter de volta meu milho da paixão”.
As pesquisas participativas e o diálogo de saberes também foram tema de uma das mesas, com a pesquisadora Paola Cortez, da Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE. Em sua fala, a pesquisadora ressaltou a contribuição das famílias agricultoras para a conservação da biodiversidade e para a construção do conhecimento, além da importância do diálogo de saberes: “Vivemos hoje uma erosão genética, mas também uma erosão de conhecimentos associados a essas sementes. Por isso é tão importante o diálogo entre os saberes, não existe saber melhor que o outro, os saberes científico e popular se complementam, e é dever da ciência conhecer e valorizar o conhecimento popular”.
Imagem: Thaynara Policarpo
A Festa Estadual das Sementes da Paixão é organizada pela Rede de Sementes da ASA Paraíba e tem o objetivo de celebrar as conquistas da rede de bancos de sementes comunitários no estado e seu importante trabalho de preservação das variedades e espécies locais, adaptadas às condições de solo e de clima da região semiárida e cujo manejo e conhecimento sobre elas é de domínio das famílias agricultoras. Outro objetivo é fazer a denúncia dos desafios que ameaçam esse modelo de produção agroecológico.
Leia a Carta Política da Festa (aqui)

8ª Festa das Sementes da Paixão celebra conservação da biodiversidade e cobra políticas públicas do estado

Com uma apresentação de aboio feita pela professora e ativista cultural Elissandra de Oliveira, foi finalizada, na tarde desta sexta (07) a oitava edição da Festa Estadual das Sementes da Paixão, no município de Soledade-PB, Cariri Paraibano com a presença de 1.200 pessoas. A Festa teve como tema “Comunidades Guardiãs: Protegendo a Biodiversidade e Garantindo Alimentação Saudável” e desde a quarta-feira (05) reuniu centenas de agricultoras e agricultores familiares em mesas de diálogo, oficinas temáticas, feira de sabores e saberes e atividades culturais.
A Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) promove há 15 anos as festas, com um intervalo de dois anos entre uma edição e outra. As festas cumprem o duplo papel de celebrar o trabalho das centenas de guardiãs e guardiões das sementes e de denunciar as ameaças à preservação deste patrimônio genético e cultural da humanidade.
Imagem: Daniel Magalhães
Em sua Carta Política, lida durante a plenária final do evento diante de uma mesa de representantes do Governo do Estado, da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, da Secretaria Estadual Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária, da Frente Parlamentar da Água e da Agricultura Familiar da Assembleia Legislativa, de representantes da Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA Brasil e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional – Consea PB, afirmava: “Comunidades guardiãs são as verdadeiras trincheiras de luta e de afirmação do papel histórico exercido por agricultoras a agricultores na defesa e proteção dos recursos da biodiversidade, da água e da terra”. O documento continua: “Afirmamos que esses recursos são bens comuns que, manejados e conservados pelas mãos das comunidades, se convertem na produção de alimentos fartos, seguros, diversificados e saudáveis”.
Imagem: Áurea Olímpia
As estratégias de proteção das sementes crioulas contra a contaminação dos transgênicos, o papel da conservação das sementes na garantia de uma alimentação saudável e a cobrança por uma política estadual de sementes crioulas vegetais e animais, foram a tônica das discussões nos três dias de evento, que contou ainda em seu segundo dia com cinco oficinas, quatro delas realizadas em comunidades rurais da região, onde os participantes conheceram experiências de bancos de sementes comunitários, fundos rotativos solidários e outros mecanismos de gestão de bens comuns.
“Vamos viver um ciclo com pouca ou nenhuma presença do Estado Brasileiro para a agricultura familiar, por isso precisamos nos voltar para a força das nossas comunidades, nossos bancos de sementes e fundos rotativos solidários”, frisou Marcelo Galassi, da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e da coordenação da ASA Paraíba.
Imagem: Daniel Magalhães
Naidson Quintela, da Coordenação Nacional da ASA Brasil, em sua fala, lembrou os 15 anos de trajetória das Festas das Sementes da Paixão na Paraíba e falou sobre a conjuntura política atual: “A última eleição na Paraíba foi de resistência, vocês escolheram aqui os representantes que vão garantir a vida e não a morte”, disse se referindo ao Governo Federal atual que liberou em seis meses quase 200 novos agrotóxicos no país e continuou: “O recado que a ASA Brasil tem para dar aqui hoje é, não abram mão, continuem brigando, celebrando, festejando e guardando sementes. O governo estadual que vocês elegeram tem a obrigação de dar suporte a esse trabalho, assim como o governo da Bahia que instituiu uma política estadual de agroecologia”.
Contra os Transgênicos, Sementes da Paixão!
Imagem: Thaynara Policarpo
Ainda durante a plenária final, logo após os 1.200 participantes terem feito uma caminhada pelo Centro de Soledade-PB, foi feito o lançamento estadual da Campanha “Não Planto Transgênicos para Não Apagar a Minha História”. Criada pelo Polo da Borborema, uma das dinâmicas microrregionais que integram a ASA na Paraíba, a Campanha entra em uma nova fase em âmbito estadual e pretende esclarecer as famílias agricultoras sobre como evitar a contaminação de suas sementes, principalmente as de milho, que devido a polinização aberta, é de fácil contaminação, bem como divulgar os riscos que os transgênicos trazem não só para a saúde humana, mas também para a erosão genética da biodiversidade. Após o ato de lançamento, à plenária foi oferecida a degustação de uma variedade de alimentos produzidos com milho não transgênico, como broas, bolos e biscoitos, que já pode ser encontrado nas feiras agroecológicas na forma de farelo, cuscuz, mungunzá e xerém.
Imagem: Thaynara Policarpo
Durante a Festa, foram realizados gratuitamente testes de transgenia adquiridos pela organização do evento. Os testes funcionam de forma semelhante a um teste de gravidez, com tiras sensíveis à sete tipos de proteínas transgênicas. Para aqueles que tinham seus testes com resultado negativo para a contaminação, era entregue um certificado de Livre de Transgênicos. Maria das Dores Medeiros, do Sítio Capoeiras, em Cubati-PB, conta do alívio que sentiu ao descobrir que havia conseguido recuperar suas sementes: “Fizemos o teste aqui e deu negativo, essa era uma semente que já havia dado contaminada, mas através do banco de sementes, a gente conseguiu recuperar e manter livre da contaminação, então eu fiquei muito feliz e aliviada de ter de volta meu milho da paixão”.
As pesquisas participativas e o diálogo de saberes também foram tema de uma das mesas, com a pesquisadora Paola Cortez, da Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE. Em sua fala, a pesquisadora ressaltou a contribuição das famílias agricultoras para a conservação da biodiversidade e para a construção do conhecimento, além da importância do diálogo de saberes: “Vivemos hoje uma erosão genética, mas também uma erosão de conhecimentos associados a essas sementes. Por isso é tão importante o diálogo entre os saberes, não existe saber melhor que o outro, os saberes científico e popular se complementam, e é dever da ciência conhecer e valorizar o conhecimento popular”.
Imagem: Thaynara Policarpo
A Festa Estadual das Sementes da Paixão é organizada pela Rede de Sementes da ASA Paraíba e tem o objetivo de celebrar as conquistas da rede de bancos de sementes comunitários no estado e seu importante trabalho de preservação das variedades e espécies locais, adaptadas às condições de solo e de clima da região semiárida e cujo manejo e conhecimento sobre elas é de domínio das famílias agricultoras. Outro objetivo é fazer a denúncia dos desafios que ameaçam esse modelo de produção agroecológico.
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