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terça-feira, 30 de abril de 2019

Movimentos sociais se reúnem em Solânea (PB) para debater semiárido brasileiro

A construção social do semiárido brasileiro, durante muitos anos, foi aquele da pobreza extrema, com balde d’água na cabeça e êxodo rural. Contudo, esse cenário não representa, hoje, a realidade das famílias que vivem na região e protagonizam uma transformação na prática da agricultura familiar com base na agroecologia.

Foi antenado com esse processo de formação e construção da consciência de um semiárido vivo e resistente que aconteceu, nos dias 26 e 27 de abril, o seminário “As perspectivas do semiárido brasileiro no contexto geopolítico mundial”, em Solânea (PB). Contando com a participação de diversos movimentos, organizações e acadêmicos ligados à Frente Brasil Popular, o seminário foi realizado com o objetivo de construir a concepção popular do semiárido brasileiro para o Projeto Brasil Popular.



Composto por todos os estados do Nordeste, além de Minas Gerais, o semiárido brasileiro é um vasto território com grande biodiversidade e pluralidade cultural, que possui clima característico e raças nativas, além de técnicas específicas de produção agrícola. Umas das características mais fortes da região é a escassez de água; agora, porém, deu-se início ao processo de extração e exploração de minérios, promovido por segmentos de políticas governamentais neoliberais, que causam ainda mais impactos sociais e ambientais no território.

“O semiárido é uma zona de sacrifício. Refletir o semiárido é refletir se queremos ser uma zona de sacrifício, apenas exportando nossas riquezas, ou se iremos pensar no desenvolvimento a partir de nós mesmos.”, disse o representante da Comissão Pastoral da Terra, que esteve presente no evento.

Após os avanços em tecnologias específicas para o Semiárido brasileiro, bem como as políticas públicas promovidas pelos governos Lula e Dilma, que possibilitaram sustentabilidade e autonomia para as famílias agricultoras, a conjuntura atual de ruptura desse avanço torna necessário reforçar que as prioridades devem ser a soberania nacional. Se antes havia um cenário de construção de práticas agroecológicas, projetos cooperativistas focados em questões de gênero, políticas de acesso à água potável, através da construção de 1 milhão e 100 cisternas de placas, hoje a maior parte dessas ações se encontra pausada ou extinta.


Foi nesse cenário, que aconteceu o seminário, que debateu o projeto popular para o Brasil – projeto este que deve acolher e dar suporte à continuidade do desenvolvimento do semiárido brasileiro, para que assim haja uma real democracia, que garanta direitos básicos e segurança social para o povo dessa região e do Brasil.

Fonte: Brasil de Fato
Edição: Juliana Michelle
Fotos: Juliana Michelle

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