Após III Encontro Nacional, pastorais denunciam os ataques aos direitos sociais no Brasil e manifestam apoio aos militantes em greve de fome no STF
POR MÁRIO MANZI, PELO COLETIVO DE COMUNICAÇÃO DAS PASTORAIS DO CAMPO
Realizado entre os dias 03 e 05 de agosto em Luziânia-GO, o III Encontro Nacional da Articulação das Pastorais do Campo encerrou-se com a discussão acerca de dois documentos produzidos durante a atividade. São eles a “Carta do Terceiro Encontro Nacional das Pastorais do Campo” e a “Moção de Apoio e Solidariedade as Companheiras e Companheiros em Greve de Fome por Justiça no STF”. Participaram do Encontro, tal como da elaboração da Carta e da Moção, agentes de pastoral da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Cáritas Brasileira, Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), Pastoral da Juventude Rural (PJR) e Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
A carta em questão trata do contexto político atual enfrentado por povos tradicionais, Pastorais do Campo e demais movimentos sociais. O documento, além de denunciar a continuidade do golpe, personificada nos retrocessos que pautam o Goveno Temer, e o contexto de manipulações midiática e jurídica em vigência, também convoca os povos atingidos por esse cenário a utilizarem da união como ferramenta de enfrentamento. Para Cléber César Buzatto, secretário executivo do Cimi, a carta se constitui como “posicionamento das organizações das Pastorais do Campo, acerca da atual situação política, reafirmando a causa [das Pastorais], em defesa de uma sociedade justa, pluricultural, pluriétnica, fazendo frente às agressões que a sociedade vem sofrendo”.
O segundo documento, a moção, redigida coletivamente, evidencia a pertinência da ação de Zonália Santos, Rafaela Alves, Jaime Amorim, Luiz Gonzaga, Vilmar Pacífico, Frei Sérgio Gorgen. Os seis manifestantes protocolaram manifesto em favor da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 31 de julho deste ano e iniciaram, em seguida a este ato, greve de fome sob a mesma reivindicação. A moção expressa a sensibilidade das Pastorais do Campo à iniciativa do grupo e ressalta a coragem dos seis manifestantes em confrontar a “onda de políticas antidemocráticas e de extermínio do governo Golpista de Michel Temer”.
Em seguida às discussões sobre a moção e a carta, a plenária iniciou a leitura das estratégias apontadas pelos grupos de trabalho, formados desde o início do Encontro. Os eixos a que se dedicaram os grupos foram: Enraizamento; Formação; Articulação Externa; Comunicação e Mobilização. Destes eixos, foram selecionados os pontos que tratavam das Eleições 2018 e agrupados em um eixo específico.
“A nossa união é o principal instrumento de ação contra a força do capital, especialmente em um momento em que a idolatria do mercado está espoliando os bens coletivos da criação, confiados aos povos da terra, das águas, e das florestas”
As linhas apontadas buscaram abordar o planejamento conjunto – entre as Pastorais do Campo – para o período dos próximos três anos. Um dos pontos que permeou as linhas de ação a curto prazo foi o processo eleitoral de 2018, desta forma, os grupos de trabalho estabeleceram estratégias a curto prazo a fim de reforçar a participação dos movimentos sociais nas eleições que se avizinham.
A conclusão do Encontro ocorreu após realização de mística relembrando mártires e personalidades que marcaram ou inspiraram as Pastorais do Campo. O momento também foi destinado à avaliação das atividades, segundo divisão em grandes regiões. Foram apreciados pontos favoráveis e desfavoráveis a fim de iniciar a preparação para o próximo Encontro.
“Conclamamos assim a todos os povos, trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade, a recusar este sistema de padrão destrutivo, marcado pela desigualdade, pela violência e pela violação dos direitos humanos”
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