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segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher

MULHERES, MÃES, TRABALHADORAS, GUERREIRAS...

São elas que nos nutrem,

quando sequer sabemos o que é alimentar-se;

São elas que nos ensinam os primeiros passos,

quando as pernas fraquejam e o medo nos domina;

São elas que perdoam nossas primeiras aventuras,

das quais mais cedo ou mais tarde nos arrependeremos;

São elas que ouvem nossas dores e enxugam nossas lágrimas,

quando o chão foge debaixo dos pés e os marcos desaparecem da estrada;

São elas que nos ensinam a amar,

quando do amor apenas sabemos míseros balbucios;

São elas que nos emprestam o olhar, o sorriso e a palavra,

quando a noite se faz escura, o deserto estéril e o céu indiferente;

São elas que fazem do próprio coração um refúgio,

quando os embates do mundo nos fazem desabar;

São elas que fortalecem o pretensioso “sexo forte”,

quando essa mesma força se bate contra as adversidades da vida;

São elas a luz da resistência, da teimosia e da esperança,

quando um abismo se abre à nossa frente e o horizonte se fecha;

São elas que, apesar de dupla e tripla jornada,

seguem com salários inferiores a seus companheiros de trabalho;

São eles que assumem o leme do frágil barco familiar,

quando os ventos da tempestade rugem furiosos em suas janelas;

São elas que sustentam os movimentos sociais,

quando nos dominam o desencanto e a disputa surda pelo poder;

São elas que sujam as mãos nos mais diferentes serviços,

sem perder o mistério do carinho e do afago, do beijo e do abraço;

São elas que nos chamam ao chão, à terra, à vida cotidiana,

quando os projetos nos fazem perder a cabeça e voar pelas alturas;

São elas estrelas no firmamento incerto,

quando a história pessoal e coletiva parece errar sem bússola.


Alfredo J. Gonçalves, CS

São Paulo, 08 de março de 2010

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