MULHERES, MÃES, TRABALHADORAS, GUERREIRAS...
São elas que nos nutrem,
quando sequer sabemos o que é alimentar-se;
São elas que nos ensinam os primeiros passos,
quando as pernas fraquejam e o medo nos domina;
São elas que perdoam nossas primeiras aventuras,
das quais mais cedo ou mais tarde nos arrependeremos;
São elas que ouvem nossas dores e enxugam nossas lágrimas,
quando o chão foge debaixo dos pés e os marcos desaparecem da estrada;
São elas que nos ensinam a amar,
quando do amor apenas sabemos míseros balbucios;
São elas que nos emprestam o olhar, o sorriso e a palavra,
quando a noite se faz escura, o deserto estéril e o céu indiferente;
São elas que fazem do próprio coração um refúgio,
quando os embates do mundo nos fazem desabar;
São elas que fortalecem o pretensioso “sexo forte”,
quando essa mesma força se bate contra as adversidades da vida;
São elas a luz da resistência, da teimosia e da esperança,
quando um abismo se abre à nossa frente e o horizonte se fecha;
São elas que, apesar de dupla e tripla jornada,
seguem com salários inferiores a seus companheiros de trabalho;
São eles que assumem o leme do frágil barco familiar,
quando os ventos da tempestade rugem furiosos em suas janelas;
São elas que sustentam os movimentos sociais,
quando nos dominam o desencanto e a disputa surda pelo poder;
São elas que sujam as mãos nos mais diferentes serviços,
sem perder o mistério do carinho e do afago, do beijo e do abraço;
São elas que nos chamam ao chão, à terra, à vida cotidiana,
quando os projetos nos fazem perder a cabeça e voar pelas alturas;
São elas estrelas no firmamento incerto,
Alfredo J. Gonçalves, CS
São Paulo, 08 de março de 2010
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