Jesus pousou seu olhar sobre o meu,
Com doçura fez vibrar as cordas de meu ser,
Esboçou um sorriso e me fez sorrir.
Eu fixei meus olhos sobre ele,
Com um misto de espanto e gratidão;
Num relâmpago, nossos olhares se cruzaram,
Num momento impregnado de encanto.
Mas o olhar de Jesus levantou asas
E me convidou a voar com ele,
Pousando ambos sobre um terceiro olhar:
Triste, órfão, perdido, solitário, atormentado...
Então me dei conta de seu apelo silencioso,
No mistério, entendi que estava sendo chamado,
Duplamente interpelado: por Jesus e pelo pobre.
Meio às cegas, titubeando, passos incertos,
Pus-me a seguir as pegadas do Mestre
E estas me levaram a um novo encontro:
Daqueles que, aflitos e esperançosos,
Com fome e sede, tortuosamente o buscavam.
Mas entre o olhar de Jesus e do pobre,
Tocou-me igualmente o testemunho de Scalabrini,
Vi-me lançado às inúmeras “Estações de Milão”.
Abracei o carisma do “pai e apóstolo dos migrantes”
E, entre a imensa multidão dos pobres,
Tento ser forasteiro entre os forasteiros.
Alfredo J. Gonçalves, CS
São Paulo, agosto mês das vocações, 2011
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